Queria prestar uma pequena homenagem ao meu primeiro gato, aliás gata que, acho, por eu ser tão infantil naquela altura não soube dar-lhe o devido valor e acima de tudo não respeitei o espaço dela, o bem mais precioso para um gato e ainda hoje me culpo e vou sempre culpar-me da sua morte. E eu acredito que devia de ter mudado o rumo da história...
Em dias como este, que não chove nem faz sol lembro-me mais do que nunca da minha amiga , companheira de alegrias, tristezas... foram uns 13 anos... foi a minha adolescência, a minha aventura com o mundo lá fora, mas sempre que voltava para casa, a Fofinha lá estava para suportar a minha alegria ou o meu mau humor. Arrependo-me tanto daquilo que não lhe dei! Das travessuras que fiz e do pecado maior que a matou: levei para casa uma outra gatinha e a Fofinha, que já não era nova, não conseguiu suportar tal coisa. Em menos de 1 ano morreu, triste, selvagem, ofendida comigo, pois eu achava que ela ia dar uma oportunidade à pequenina... era feio ser tão agressiva... Desculpa-me... Alguma vez serás capaz de perdoar tamanha traição?
Autor: A.M.
Fofinha companheira para sempre
Se dizem que os gatos têm algo de místico, eu tenho provas de que é verdade: os gatos são seres mágicos criados para se “atravessarem” na nossa vida em determinadas alturas, e só muito mais tarde é que descobrimos a razão de tais visitas na nossa vida.
Quando passei para o ciclo preparatório, recebi uma prenda muito especial: uma gatinha que foi salva de uma morte cruel para vir tomar conta de mim.
Podia falar dela até me cansar e não teria conseguido explicar a amiga, irmã que ela foi para mim. Não tenho irmãos, mas ela preencheu toda a solidão com a sua personalidade incrível...
Depois... veio o fim, com um começo. Ironia do destino, não é? A minha vida estava a dar uma grande volta: as borbulhas da adolescência iam dar lugar às rugas de preocupação dos adultos; o meu tempo já não era o mesmo, inclusive preparava-me para sair de casa por 1 ano. A Fofinha arrastava-se pelas minhas ausências e quase me ignorava quando eu estava em casa...
E então, numa noite de inverno, caía aquela chuva fria, constante, que só dá vontade de estar na cama a ler e que sabe tão bem comer aquelas sopas fumegantes que aquecem a alma; o meu Pai chegou do seu dia de trabalho, e contou que a menina do rés-do-chão do nosso prédio estava muito triste, porque descobrira um gatinho no jardim e a sua mãe não autorizava de maneira alguma a entrada do bichinho no lar, quente e lavadinho, condescendera em colocar um prato de leite à porta do prédio... Ora eu sabia que o gato tinha achado abrigo... o meu Pai é tão transparente! Lá fui eu escada abaixo à procura do bicho, andei debaixo dos carros estacionados, sujei-me na lama do jardim, molhei-me até aos ossos e por fim lá a descobri: frágil e com umas orelhas enormes! A menina minha vizinha deu-lhe nome e ficou dona honorária da Pitucha. A Fofinha nem queria acreditar no que via...
A Fofinha morreu e a Pitucha tornou-se a senhora da casa, mas não pensem que a Pitucha me escolheu para seu humano de estimação! Nem à menina cuja Mãe não conhecia a magia dos gatos, nem tão pouco escolheu o meu Pai, o seu salvador. Não... escolheu, sabem quem? A pessoa que “torceu o nariz” à sua chegada: a minha Mãe.
E hoje eu entendo porquê. Era a minha Mãe que precisava de um pouco de magia, pois eu dentro de muito pouco tempo iria voar para fora do ninho e a casa ia ficar muito vazia sem mim, sem a Fofinha e a Pitucha. Soube logo que tinha de tomar conta da minha Mãe, tinha de preencher os espaços vazios com a sua amizade, distraí-la com as sua brincadeiras, sofrer e rir com ela.
Também a Pitucha apanhou um susto dos grandes... e mais uma vez andei eu a chorar pelos cantos a pensar que merecia o inferno! É que se “atravessou” no meu caminho uma gata, que achou que me faltava qualquer coisa a mim e à pessoa que vive comigo, pois ela gosta dos dois com uma intensidade louca! Mas no primeiro dia da sua entrada nas nossas vidas eu fui a casa da minha Mãe e levei-a... A Pitucha ficou doente durante 15 dias, engordou e alterou para sempre o seu comportamento.
E eu com a Tifanny da UZ tb não resultou ...hoje apesar de estar separada dos outros 2 , sinto e vejo que é muito mais feliz,meiga e tranquila vivendo sózinha e tendo-me só para ela...pois é de uma devoção imensa...
tenho muita pena da tua Fofinha mas não te culpes pelo que aconteceu porque com 12 ou 13 anos não podias saber até que ponto os gatos são intensos nos seus sentimentos. A minha gatinha Xinha é-o de tal maneira que quando se separou de mim is morrendo e tornou-se uma verdadeira fera. Agora que já estamos juntas outra vez há 2 anos esta querida e mansinha. Mas eu sei que, se tentasse pôr outro bicho cá em casa ela morreria e nunca aceitaria dividir-me e ao seu território com outro animal. Bem lhe custou aceitar o meu marido .........mas como vinha no embrulhos com a casa e o jardim ela condescendeu.
Pena que tenha sido assim, mas nem sempre é... Há técnicas e em último recurso, medicamentos que podem permitir uma adaptação. Também tive uma gata muito ciumenta, a Maia, e também acho que não compreendi na altura a natureza da sua territorialidade. Mas a vida é assim mesmo, estamos sempre a aprender. Há gatos que parece que foram feitos para estar sós, outros apreciam muito a companhia.
Eu também ando a sofrer um bocado com o meu Squish, nunca mais foi o mesmo desde que encontrei a Miúda... mas porque ela não quer, ele bem tenta ser amigo dela... Enfim... Mas não vale a pena martirizarmo-nos, todos temos as nossas paixões e desgostos, não é?... A Fofinha sabe de certeza que foi amada.