Verme está a provocar a morte de dezenas de cães

"O assunto não é para alarme, mas aconselho a que façam o teste aos cães", referiu, ao JN, Pimenta de Castro, veterinário municipal de Caminha, ao abordar os casos de canídeos infectados por um verme (Dirofilaria Immitis) devido a picadelas de mosquitos. No concelho de Caminha, já foram detectados vários animais contagiados por aquele parasita, cujas larvas entram na sua corrente sanguínea, concentrando-se no coração e causando a obstrução do sangue devido à criação de "novelos". Os vermes podem atingir um comprimento de 30 centímetros, levando os cães à morte, ao fim de alguns anos.

O sintomas não são apreciados na fase inicial da infecção, mas logo que comece a denotar-se cansaço súbito ou tosse, é sintoma de que a doença (filariose canina) já se encontra numa fase adiantada, sendo então difícil debelá-la, para além de ser dispendioso o tratamento.

O tempo seco que se tem feito sentir poderá ter contribuído para a propagação daqules insectos no Norte do país - uma possibilidade dificilmente aceite pelos Serviços de Veterinária do Ministério da Agricultura-, habitualmente existentes em zonas mais quentes, cuja picada torna os canídeos transmissores da doença.

Uma clínica privada do Vale do Minho já realizou cerca de 200 testes a animais do concelho de Caminha, desde Março até ao presente, e um pouco mais de 30 revelaram que se encontravam contaminados pela filariose canina, com particular incidência nas freguesias de Seixas, Lanhelas e Vilar de Mouros, todas localizadas junto a rios e a juncais, zonas de abrigo e reprodução dos insectos, refira-se.

Também no concelho de Viana do Castelo, em freguesias banhadas pelo rio Lima, designadamente em Darque e Santa Marta de Portuzelo, têm surgido "muitos" casos de animais afectados por esta doença, conforme nos revelou uma médica responsável por uma clínica veterinária.

Acrescentou que há uns anos já tinha surgido um surto da doença, mas não comparável ao actual, tendo já levado à morte de vários cães.

Recomenda igualmente a realização de um teste rápido, através da recolha de sangue, permitindo que alguns minutos depois já seja possível confirmar o contágio ou não, devendo então iniciar-se o tratamento, no caso de a doença não estar demasiado adiantada.

Autor: Luís Almeida