Artigo retirado de: http://www.felinus.org/index.php?area=artigo&action=show&id=920 Autor: Mia Olivença (Mia Olivença) [ Europe/Lisbon ] 2006/08/06 10:44 |
Soneto do Gato Morto - Vinicius de Morais |
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Um gato vivo é qualquer coisa linda Nada existe com mais serenidade Mesmo parado ele caminha ainda As selvas sinuosas da saudade De ter sido feroz. À sua vinda Altas correntes de eletricidade Rompem do ar as lâminas em cinza Numa silenciosa tempestade. Por isso ele está sempre a rir de cada Um de nós, e ao morrer perde o veludo Fica torpe, ao avesso, opaco, torto Acaba, é o antigato; porque nada Nada parece mais com o fim de tudo Que um gato morto. Florença, Novembro de 1963 Vinicius de Morais, Livro de Sonetos |