Artigo retirado de:
http://www.felinus.org/index.php?area=artigo&action=show&id=881
Autor:
Becas (Fernanda Ferreira) [ Europe/Lisbon ] 2006/05/03 12:13

Lagarta do Pinheiro e Febre da carraça

Monsanto com a praga da lagarta

A LPDA alerta para os cuidados a ter com os animais de companhia.

Não passeie com o seu animal em zonas florestais, principalmente de pinheiros. Isso, pode-lhe ser mortal. Nesta altura do ano, verifica-se uma invasão da lagarta precissionária, principalmente em zonas onde abundam os pinheiros.

Estes animais libertam um pó através do seu pêlo que, em contacto com humanos e animais pode originar graves problemas, devido à acção ortigante que provoca graves alergias.

As reacções alérgicas provocadas dão-se normalmente ao nível da pele, do globo ocular e do aparelho respiratório, podendo provocar enfraquecimento e vertigens e em situações extremas levar à morte.

Todos os anos aparecem muitos animais de companhia (cães e gatos) que contraem necroses graves após estarem em contacto com os locais onde existem as lagartas precissionárias.

Se verificar que o animal está triste ou se deixa de comer e se apresenta manchas escuras na língua ou lacrimeja dos olhos, não pense duas vezes, vá de imediato ao veterinário; pode salvar-lhe a vida.

As manchas escuras na língua dos animais vão proliferando, tornando os tecidos mortos que acabam por caír, o animal deixa de se alimentar e acaba por morrer. A nível do globo ocular provoca úlceras na córnea que não tratadas a tempo pode levar à cegueira.

Não entre em pânico, esteja atento(a) e em caso de verificar qualquer anomalia, leve de imediato o seu animal ao médico.

Se vive perto de pinheiros ou os tem na sua propriedade, observe-os e em caso de verificar a existência desta espécie.

Consulte a portaria 103/06 de 2 de Fevereiro, da DGV ou alerte a sua Câmara Municipal para que tome as medidas que se impõe. Esteja atento(a) aos animais e em caso de desconfiança, recorra imediatamente ao veterinário. Não espere, pode ser tarde!

Prevenção Contra a Febre da Carraça

Um grupo de cientistas portugueses descobriu a forma de poliferação da bactéria responsável pela "febre da carraça", transmitida ao homem e aos animais de companhia durante a picada do parasita.

Existe uma variedade de agentes transmitidos pela carraça que causam doenças; sendo a infecção provocada pela bactéria RICKTTSIA a mais comum em Portugal.

Adianta o estudo que a romoção atempada de uma carraça, fixada na pele dos humanos e dos animais, é indispensável para prevenir a infecção e sublinha que nem todas as carraças estão infectadas por esta bactéria ou por outros agentes.

Os sintomas da infecção variam do agente em causa, mas, manifestam-se regra geral, quinze dias após a inoculação com febres altas que podem ir aos 41ºC.

Ao contrário que muita gente pensa, os animais de companhia não são transmissores da carraça nem da doença para os humanos.

Ela é feita através da picada directa, no homem ou no cão. As carraças eclodem quando o tempo começa a aquecer, verificando-se a sua maior poliferação ente os meses de Março e Agosto.

Os locais mais propícios ao aparecimento das carraças são: o campo, a vegetação e os jardins públicos.

Estes parasitas abrigam-se em muros e paredes velhas, indo infestar os locais onde os canídeos se encontram, o que os torna mais vulneráveis a contrair a doença da carraça.

O tipo de carraças mais comuns são: RHIPICPHALOS, DERHACENTO, AMBLYOMMA.

Provocam nos animais a PIROPLASMOSE (febre da carraça).

Pela perigosidade de que se reveste, que pode levar à morte de canídeos, deve como prevenção:
- Aplicar nos animais anti-parasitáreos externos.
- Lavar bem, com produto adequado, as boxes, as casotas e os parques onde os animais estão alojados.
- Desinfestar os muros, paredes e toda a erva circundante aos alojamentos.

Como protecção das pessoas; devem estas quando no campo usar roupas claras (para serem visíveis as carraças) e optar por calças claras em vez de calções.

Se notar o seu animal triste, abatido e com febre superior a 39ºC, deve de imediato consultar o seu médico veterinário.

Como precaução, desparasite o seu animal contra a febre da carraça.

Fonte: Comunicado da LPDA

Como complemento ao Comunicado da LPDA, junto se anexa um texto sobre o modo de contágio, tratamento da febre da carraça, e como proceder à remoção da carraça.

Contágio

O contágio acontece durante a refeição da carraça, através da regurgitção de sangue infectado com a bactéria da carraça para o hospedeiro. Quanto mais prolongada for a refeição, maior é a probabilidade de haver regurgitação e, consequentemente, infecção. Exemplificando, se a picada tem menos de 12h de evolução, a probabilidade de infecção é 0%, visto que a carraça ainda não acabou de se alimentar e não houve regurgitação. Uma picada com 24h, 48h ou 4 dias tem a probabilidade de regurgitação de 5%, 50% e 100%, respectivamente.

Tendo em conta esta relação entre a duração da refeição e a regurgitção (com infecção consequente se a carraça estiver infectada), é muito importante que se faça a inspecção do corpo quando se vai para o campo ou outros locais acima mencionados com maior incidência de carraças, de modo a identificá-las precocemente.

Terapêutica

Com antibiótico (normalmente DoxiciClina ou amoxicilina), durante 10 a 21 dias.

Como remover a carraça da pele:

Não deve ser retirada pelo abdómen, uma vez que facilita a regurgitação do sangue para a circulação do animal, podendo provocar infecção. Assim, deve utilizar-se uma pinça para se remover a cabeça, ou colocar azeite, o que faz com que a carraça se liberte da pele e seja asfixiada, conforme demonstrado nas fotos.





Nota: As fotos explicativas têm por base a pele de um humano, mas a técnica no cão é a mesma.

Bibliografia:"Microbiologia" - Volume 2, de Canas Ferreira, W, e Sousa, J, da Lidel

Autora: Rute Pocinho (Selenis)