Artigo retirado de:
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Autor:
Becas (Fernanda Ferreira) [ Europe/Lisbon ] 2005/04/25 17:30

Afinal os animais também riem

Autor: Fifas (Fifas)
Bolacha


O riso não é apenas uma característica inata ao próprio homem. Um estudo publicado recentemente na revista Science sugere que o riso é utilizado pelos cães e macacos, mas também pelos ratos, como forma de identificação social num mesmo grupo.

Tradicionalmente, a ciência recusava a ideia de que os animais poderiam, à semelhança dos humanos, sentir alegria ou tristeza. A tradução destes sentimentos em expressões físicas parecia ser uma faculdade atribuída exclusivamente ao homem. Um neurocientista da Bowling Green State University parece ter encontrado a prova de que os animais, como os cães, os macacos e até os ratos, também se riem.

Segundo o estudo realizado por Jaak Panksepp, e publicado na revista Science na passada sexta-feira, os animais possuem a faculdade do riso e utilizam-na em variadas situações sociais. Na sequência de uma série de experiências realizadas essencialmente em ratos e em macacos, aquele investigador constatou que, quando brincam, os animais emitem uma espécie de vocalização, berro, que se assemelha ao riso humano.

Para Paksepp, «os circuitos neurológicos associados ao riso estão localizados em zonas "mais antigas" do cérebro humano» , observou à Science. Razão pela qual, defende o investigador, «o riso é anterior ao próprio homem» , ou seja, pode ser uma resposta emocional muito antiga que precede a própria existência humana. O facto é que não é preciso sermos muito entendidos no assunto para percebermos que antes de começarmos a falar, rimos e gritamos primeiro.

O riso é pois inato, faltará saber se também é uma faculdade evolutiva. Para aquele neurocientista a questão passa mesmo por este aspecto e a prova reside precisamente em animais como os chimpanzés, os gorilas ou os orangotangos - quantas vezes associamos o bocejo, o mostrar dos dentes, as expressões faciais, as vocalizações desconexas, ao próprio comportamento humano?

Quando os primatas brincam entre si emitem sons que, em muito, se assemelham ao riso humano. O mesmo acontece com os cães. Jaak Panksepp identificou que, tal como as crianças, quando desafiadas para a luta do "faz de conta", as crias dos ratos ou dos macacos usam o "riso" como forma de distinção e definição das várias interacções em sociedade. Quando um filhote de um destes animais não exterioriza estes sinais devido, por exemplo, a uma deficiência cerebral, é quase sempre alvo de interacções violentas e de lutas.

Estes comportamentos levaram o cientista Jaak Panksepp a concluir que, de facto, o riso e as brincadeiras entre os animais têm um papel no estabelecimento da própria hierarquia social num mesmo grupo.

SO, 2005/04/10

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