Óscar

«Hoje é o dia sete do oito do nove do dez e está uma bela manhã de sol no jardim da casa do Óscar.

Aqui a vida corre como sempre da mesma maneira. Como ontem, como anteontem, como antes de ontem, como transanteontem, como ontem antes de ontem transanteontem e até como na semana passada.
Os passarinhos passarinham, as formigas formiguinham, as lagartas lagarteiam, as minhocas minhoqueiam, os pintainhos pintainham.

A laranjeira penteia as laranjas, as flores lavam a cara, as ervas estão com cara de sono, a terra espreguiça-se, as pedras estão quietas como pedras.

Chega o jardineiro Joaquim a cantar uma canção e cumprimenta os amigos do Óscar: bom dia, Vaca; bom dia, Porco; bom dia, Galinha; bom dia, Ouriço; bom dia, Lagarta; bom dia, este; bom dia, aquele; bom dia, Óscar...
Vamos lá ver então quem é o Óscar? …»