Artigo retirado de:
http://www.felinus.org/index.php?area=artigo&action=show&id=543
Autor:
everblue (Elsa Patrícia Bernardo Correia de Oliveira) [ Europe/Lisbon ] 2005/02/10 11:39

Tacugama, santuário de chimpanzés

O documentário era sobre um santuário de chimpanzés na Serra Leoa, o único que ainda aceita chimpanzés resgatados, por particulares ou militares, das condições mais deploráveis... alguns ainda bebés, caçados por homens sem escrúpulos, vendidos como animais de estimação, outros, adultos, traficados e obrigados a trabalhar, outros acorrentados em fundos de quintal, alguns tão doentes que chegam ao centro quase sem vida. Ali são alimentados, tratados, amados, criados por mãos de gente que lhes dedicou a vida.

Bala, o criador do santuário, abdicou da vida de contabilista para construir este abrigo para animais tão especiais.
Em momentos desesperados, com a guerra civil às portas, os voluntários recusaram-se a sair do santuário para defenderem os chimpanzés.
Algumas granadas caíram tão perto que Little Boy, um chimpanzé adulto, ficou perturbado para sempre, apresentando distúrbios mentais e arrancando constantemente o pêlo.

Pinkie
O documentário focava a integração de Pieh e de Pinkie, esta última muito especial, pois a sua pelagem era quase totalmente branca e tinha um olho azul. Foi resgatada com seis semanas de vida depois de lhe terem matado a mãe e de a terem vendido como animal de estimação. Chegou ao santuário ao mesmo tempo que Pieh, outra bebé, e tornaram-se amigas inseparáveis.

A frequência com que são levados chimpanzés ao santuário de Bala é assustadora. Por enquanto, Tacugama ainda tem espço para os receber, ao contrário de outros centros semelhantes, que se encontram lotados. Chegam pelas maõs das mais variadas pessoas. São tratados, fazem exames médicos, passam pela quarentena e, se tudo correr bem, começam o processo de sociabilização com outros membros jovens, por forma a criarem amigos, aliados preciosos na família que vão integrar mais tarde. Quando os jovens estão aptos, são aos poucos apresentados ao grupo principal. Bruno, o macho alfa, é quem lidera o grupo. Julie é a fêmea mais influente. Bruno tem que aprovar cada novo elemento, por isso a integração é feita com todos os cuidados e gradualmente.
Pinkie seria , a priori, uma curiosidade entre os seus companheiros e era um caso ainda mais especial, por se temer a sua não aceitação. Felizmente tudo acabou bem, Pinkie foi aceite com grande carinho, talvez a sua nova família tivesse sentido que, por ser diferente, precisava de mais protecção. Uma lição de vida dada por quase humanos...

Um documentário interessantíssimo e muito comovente, para estar atento e rever quando repetirem...
Entretanto, saibam mais sobre Tacugama!