Mais de 120 espécies vivem bem em Lagos

Autor: DN-Miguel Veterano Jr

"Se os parques zoológicos fecharem por incumprimento da directiva europeia, para onde vão os animais que ali vivem? É que o Instituto da Conservação da Natureza não tem condições para os acolher". O alerta é de Paulo Figueiras, proprietário do Parque Zoológico de Lagos, a funcionar há quatro anos e cumprindo todos os requisitos impostos pela nova legislação sobre as condições proporcionadas aos animais. A esse nível, "não temos quaisquer problemas", garante ao DN.

Um veterinário, quatro tratadores e dois elementos responsáveis pela manutenção, prestam assistência a mais de 350 animais, na sua maioria aves e macacos, distribuídos por cerca de 120 espécies dos cinco continentes. Para "evitar degradar as condições de espaço'', o dono já recusou animais. E numa futura ampliação do zoo, não pensa expandir muito mais em termos de diversidade "para não comprometer o bem-estar dos que já cá estão". Excluídos ficam, à partida, animais de grande porte.

Implantado em três hectares, num meio rural na aldeia de Barão de S. João, o parque procura recrear ao máximo o habitat natural de cada espécie e permitir uma interacção entre elas, evitando situações de stress. Exemplo disso é um espaço com 20 espécies de aves de origem africana. Noutro espaço, nove flamingos convivem com galinhas d´água. Mais adiante, vêem-se garças boeiras em troncos de árvores criados para o efeito. E com alguma surpresa, pavões, galinhas de Bankiva, patos-reais e perus, sem local fixo, passeiam pelo zoo, por vezes atrás dos visitantes. E até vão ao bar em busca de pão, bolos e afecto. Ao lado, uma pequena quinta alberga dez espécies de animais, entre as quais a ovelha churra algarvia, cabras anãs e porcos do Vietname, além da vaca sagrada da Índia.

Num outro canto do parque, um lago funciona como obstáculo de contenção para macacos por estes recearem o contacto com a água. Tal permite, numa área em anexo, a presença de patos. Noutro espaço, uma cerca com protecção eléctrica na parte mais elevada, evita que outros primatas saiam do parque, junto à estrada. É que basta um pequeno choque para não voltarem a tentar o salto.

Autor: José Manuel Oliveira