Artigo retirado de:
http://www.felinus.org/index.php?area=artigo&action=show&id=474
Autor:
Becas (Fernanda Ferreira) [ Europe/Lisbon ] 2005/01/25 22:58

Cães desaparecidos usados em burlas

Um casal anda a burlar os proprietários de animais perdidos na Figueira da Foz, sobretudo cães, pedindo dinheiro para os entregar, quando, na realidade, não os encontraram. A dupla recolhe informações telefónicas, em cartazes afixados na cidade ou em anúncios de Imprensa, contacta os proprietários dos animais e procura convencê-los a depositar cem euros numa conta, equivalentes às alegadas despesas que tiveram em tratamentos no veterinário.



Tânia Oliveira quase foi vítima dos burlões, depois de ter perdido um cão arraçado de Yorkshire, no passado dia 9, na Gala, Figueira da Foz. A mulher espalhou pela cidade cartazes com a imagem do Biggy e o seu contacto telefónico, oferecendo uma recompensa a quem o encontrasse.

Volvidos alguns dias, recebeu uma mensagem de texto (SMS) de alguém que lhe pedia para ligar para um determinado número de telemóvel se quisesse obter informações sobre o cão. A proprietária do Biggy foi atendida, primeiro, por uma mulher e depois por um homem, que a
informaram que o animal tinha sido encontrado. O casal disse-lhe ter gasto cem euros no veterinário, com tratamentos ao cão, e que queria ser ressarcido dessa despesa.

Tânia Oliveira aceitou pagar, mas impôs uma condição que viria a revelar-se importante: ver primeiro o Biggy e os recibos das despesas. Os alegados burlões, sustentando que haviam ficado a perder numa situação semelhante, pediram à proprietária que fizesse um depósito de 90 euros e informaram-na que só depois devolveriam o animal.

Mas, a mulher, desconfiando da situação, apresentou queixa na PSP da Figueira da Foz, que já conhecia outro caso semelhante (ver caixa). Os processos estão agora entregues ao Ministério Público.



PROPRIETÁRIA DE SEIA PAGOU

Quando Tânia Oliveira apresentou queixa na PSP da Figueira da Foz ficou a saber que uma situação semelhante à dela aconteceu em Seia, mas o desfecho foi pior. Neste caso, a proprietária depositou o dinheiro pedido pelos burlões, mas o cão não foi devolvido. Mais tarde, o casal voltou a contactá-la, pedindo-lhe mais 40 euros, que a mulher voltou a pagar.

No entanto, o animal nunca viria a ser devolvido, pelo que a vítima acabaria por queixar-se às autoridades policiais. António Santos, comissário da PSP da Figueira da Foz, confirmou ontem ao CM a apresentação das duas queixas e que o expediente correspondente já foi remetido ao Ministério Público, que agora decidirá quais as diligências a fazer e qual a polícia que investigará o caso.



MODO DE ACTUAÇÃO

MENSAGEM SMS

O casal de burlões, depois de aceder a informações sobre os donos dos animais, envia-lhes uma mensagem de texto (SMS) por telemóvel, fornecendo assim aos donos o número que devem contactar.



PERGUNTAS

Os alegados burlões, quando recebem o primeiro contacto das vítimas, procuram, através de diversas perguntas, obter o máximo de dados sobre os animais desaparecidos, para depois os poderem descrever como se os tivessem.



VIGARISTAS

O comissário António Santos, da PSP da Figueira da Foz, alerta as pessoas para que não caiam em “mais um conto do vigário. Quem está de boa-fé não tem atitudes destas”. Em situações semelhantes, os lesados devem contactar as autoridades.



http://www.correiomanha.pt/noticia.asp?id=147172&idCanal=10