Artigo retirado de: http://www.felinus.org/index.php?area=artigo&action=show&id=232 Autor: pipagata (Tité) [ Europe/Lisbon ] 2004/05/26 13:57 |
Um rolo chamado Francisco |
|||
O Francisco chegou até mim por herança.
Adorava “queque”, mas que fosse do próprio dia. Dava bicadinhas suaves no nariz de quem lhe pegasse e era a atracção de quem vinha a minha casa. De vez em quando enamorava-se das tomadas eléctricas e arrulhava junto a elas. Acabava, certamente, decepcionado com a imobilidade e frieza das mesmas. Para espanto de todos, viveu perto de 18 anos. Quando morreu, meti-o numa caixinha de madeira e, em segredo, fui enterrá-lo num canto do jardim público, perto da minha casa. Um dia, cheguei ao jardim e fiquei em pânico: tinham começado as obras de remodelação. Havia escavadoras por todos os lados, uma autêntica revolução. Temi que o frágil corpinho do Francisco fosse parar à lixeira. Mas não, o jardim foi todo alterado, com excepção do cantinho do meu rolo, que ainda hoje lá repousa. Não é sem emoção que confesso sentir ainda saudades dele. |