Artigo retirado de: http://www.felinus.org/index.php?area=artigo&action=show&id=186 Autor: anapaf (Ana Paula Fernandes) [ Europe/Lisbon ] 2004/12/06 10:35 |
Como tornar-se num dono perfeito para o seu gato |
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Você adoptou um gato e arranjou um novo amigo. PARABÉNS! Juntou-se ao grupo de seres humanos que têm o privilégio de partilhar a sua vida com estes encantadores seres e que todos os dias se deliciam com as brincadeiras, meiguices e poses aristocráticas destes magníficos animais de companhia.
Este folheto contém alguma informação essencial para que possa compreender melhor o seu amigo, mas pode e deve aprofundar alguns temas em diferentes publicações disponíveis no mercado ou partilhando experiências com outras pessoas, por exemplo através da Internet. O gato é um animal encantador, ternurento e que sabe utilizar truques, manhas e muito charme para conquistar irremediavelmente o coração do seu dono. Não precisa de muito para fazer feliz o seu gato. Mais do que brinquedos bonitos e artigos de luxo, o seu gato vai apreciar o amor e carinho que tiver para lhe dar. É um falso mito que os gatos não sejam afectuosos e não liguem aos donos. Os gatos adoram os seus donos, sentem a sua falta e gostam de se sentir amados e mimados. Por isso não se esqueça: use e abuse do amor que tem para lhe dar. Ele vai retribuir e dar um novo sentido aos seus dias. A chegada do gato à sua nova casa O gato chegou a sua casa. Está num ambiente completamente novo, com pessoas que desconhece. É por isso natural que procure esconder-se nalgum canto até começar a ganhar confiança. A sua curiosidade natural vai fazer com que aos poucos ele comece a explorar o novo território.
É muito importante que se certifique que as janelas estão todas bem fechadas, assim como armários, gavetas e portas de acesso à rua. Desde logo é importante que tenha disponível o WC do gato (se ele chegar inesperadamente, improvise com uma tampa de cartão e tiras de papel de jornal), até conseguir adquirir o WC próprio. Provavelmente vai surpreender-se pela facilidade com que ele vai encontrar e utilizar o WC. Os gatos são incrivelmente higiénicos. Afastado do WC, coloque uma tigela com água e uma tigela com comida. Coloque uma caminha (cesto com uma mantinha ou almofada fofinha são adorados), num local confortável e deite o gatinho (que provavelmente de imediato se vai levantar e circular pela divisão). De preferência um sitio com luz. Depois, empenhe-se em mostrar ao gato o quanto ele é bem-vindo: mime-o, brinque com ele e faça-lhe festinhas. No caso de um gato mais tímido ou receoso, tenha paciência e dê-lhe tempo. É preciso não esquecer que muitos dos animais que são adoptados foram sujeitos a maus-tratos e situações de grande stress e pavor. Por vezes é preciso ganhar a sua confiança lentamente, para que ele perceba que está seguro e que estes humanos não são iguais aos que lhe provocaram dor e sofrimento. Verá que mais tarde ou mais cedo o seu esforço vai ser recompensado. Se tem outros animais (sobretudo cães e gatos), terá que tomar cautelas na fase inicial, até que se tornem amigos. Nesse caso, deverá separar inicialmente os animais e acompanhar de perto os primeiros contactos. É natural (e quase certa) uma reacção inicial de antipatia. É mais um elemento que vem competir por um lugar no coração do dono e por isso, quase nunca é bem-vindo. Mas essa é apenas a reacção inicial. Em poucos dias, os animais acabam por tornar-se amigos inseparáveis e depois é delicioso assistir às brincadeiras, prolongadas sestas em conjunto e até mesmo uma genuína preocupação com o outro, quando algo não está bem. Se o seu gato vem directamente da rua ou se ainda não foi ao veterinário e tiver outros gatos em casa, não deve de forma alguma permitir que os gatos partilhem o mesmo espaço, sem antes se certificar que não existe nenhum problema de saúde com o novo amigo. Alimentação Uma alimentação apropriada e equilibrada vai permitir que o seu gato seja mais saudável e contribui para evitar alguns problemas.
Lembre-se que o organismo de um gato é diferente do organismo de um cão ou de uma pessoa, e por isso estes animais têm necessidades específicas de proteínas, fibras, vitaminas, etc., que devem ser asseguradas. As rações de secos para gatos são completas e por isso devem constituir a base da sua alimentação. Há muitas marcas e diferentes opções. Recomenda-se que diversifique os alimentos, para que o gato se habitue a diferentes sabores. O seu veterinário poderá certamente indicar-lhe uma ração apropriada. No entanto, uma mudança brusca de ração pode provocar alterações intestinais no gato, pelo que convém que durante cerca de 1 semana misture a ração que ele está a comer com a nova, para que exista uma transição gradual. Peixe ou frango (cozido apenas com água e sem sal) costumam também ser apreciados e devem fazer parte do menu do seu bichano, mesmo que apenas esporadicamente. A comida enlatada, que muitas vezes é adorada, em alguns casos pode provocar alterações intestinais se for comida em excesso, pelo que deve estar atenta a esta questão. Não se esqueça de ter sempre uma taça de água limpa à disposição do gato (mesmo que lhe pareça que ele não bebe, mude a água uma a duas vezes por dia). O leite, próprio para gato e nunca o leite que os humanos consomem, apenas é necessário nos primeiros meses de vida do gatinho. A partir dos 3 meses (ou até um pouco antes), deixa de ser necessário. Salvo se o gato estiver obeso, pode ter sempre uma tacinha com secos, para que ele possa comer quando lhe apetecer. Se o gato necessitar de fazer dieta (ainda que apenas para manter a linha), o veterinário dir-lhe-á certamente o tipo e a quantidade de comida que lhe pode dar por dia (provavelmente apenas de manhã e à noite). Ocasionalmente, um suplemento vitamínico pode ser importante, sobretudo se o gato esteve doente ou tem menos apetite. Em regra as vitaminas para os gatinhos são um petisco que eles apreciam. Acessórios/equipamento Cama/almofadinha: Sendo um animal tão dorminhoco, vale a pena preocupar-se em arranjar uma caminha confortável para o gatinho, mesmo que ele não a utilize logo (ou sempre). Saúde Os gatos são em regra animais saudáveis e que não dão muitos problemas ou preocupações a este nível. No entanto, é fundamental que quando adoptar um gato o leve a uma consulta veterinária, para que possa ser feita uma observação geral e, se for caso disso, dar início ao plano de vacinas.
* Se o gato faz as suas necessidades normalmente (ter em atenção se ele tem dificuldades, mia quando vai ao WC, tem fezes moles repetidamente, etc.). Sobretudo nos gatos machos, uma alimentação incorrecta pode provocar problemas urinários. Se notar algum problema (inchaço, miados, diminuição da urina, abatimento e tristeza), deve levar o gato ao veterinário com brevidade. Também se o seu gato repentinamente fizer as necessidades fora do WC, por exemplo nos sítios mais frequentados por si tais como o sofá ou a cama, este é um sinal de alerta: o seu gato poderá estar doente e precisa de ir ao veterinário (entre outros, podem ser problemas gástricos); * Se mantém o apetite regular (a alteração não é necessariamente sinónimo de doença. A mudança de clima, e outros factores, também se reflectem no apetite do gato, mas se esse alteração for súbita e associada a outros factores, convém certificar-se que está tudo bem. Sobretudo em gatinhos bebés, a ausência de apetite pode ser extremamente perigosa e conduzir, muito rapidamente, à desidratação); * Se ingere água com a mesma regularidade - quando o gato bebe muita água, pode ser sinal de que está com problemas físicos, nomeadamente urinários; * Se tem os ouvidos limpos - não é frequente, mas alguns gatos podem ter otites (sobretudo os mais bebés, sujeitos ao abandono), nomeadamente provocadas por ácaros. A otite incomoda o gato, embora não seja dolorosa e trata-se com facilidade; * Se tem um comportamento normal, isto é, se brinca com a mesma regularidade, se dorme o mesmo número de horas e se não anda cabisbaixo; * Se não emagrece de forma anormal e súbita (atenção que não é saudável permitir que os gatos engordem excessivamente, porque aumenta as possibilidades de que surjam algumas complicações de saúde, por exemplo cardíacas). A gordura do gato deve ser combatida; * Se tem os olhos límpidos - se nota que uma pequena membrana branca está visível, é sinal de febre e se notar uma membrana escura a cobrir os olhos deve ir urgentemente ao médico pois é sinal que o seu gato está muito doente; * Se a temperatura do corpo está normal. Nunca em caso algum lhe dê um medicamento humano ou não receitado pelo veterinário. Alguns medicamentos inofensivos para os humanos, são fatais para os gatos, mesmo que em pequenas quantidades. Em matéria de saúde, há algumas questões que são particularmente importantes e fundamentais para a saúde do seu gato. Desparasitação Os parasitas internos podem matar o seu gatinho. Por isso é tão importante que saiba se ele já foi desparasitado e com o quê, para que possa informar o médico veterinário. NUNCA DÊ DESPARASITANTE sem ser receitado pelo médico veterinário. Em excesso, pode causar graves problemas de saúde ao gato e danos irreparáveis. Vacinas Uma caderneta de vacinas em dia aumenta as possibilidades de ser dono de um gato saudável.
É importante que o gato seja vacinado, após as 8 semanas de vida, contra a Panleucopénia, Viroses Respiratórias (entre as quais se encontra a coriza) e Leucose Felina. A raiva está erradicada, pelo que a vacina não é obrigatória nem necessária. Passado um mês será necessária a segunda dose da vacina e depois, apenas terá que reforçar anualmente. Este simples programa de vacinas vai proteger o gato de doenças desagradáveis (e algumas fatais) e pode evitar muitas preocupações e sofrimento ao seu novo amigo. As vacinas vão proteger o seu gato de várias doenças que podem diminuir a sua longevidade ou mesmo ser fatais, sobretudo se o gato tem acesso à rua. Os gatos apenas devem ser vacinados quando se encontram saudáveis. Esterilização/castração Provavelmente adoptou um gatinho bebé ou adulto que foi abandonado. Desta forma ajudou quem ajuda e se esforça por diminuir o número de animais que, desorientados e apavorados, tentam sobreviver num meio que lhes é adverso. Este foi um final feliz, mas infelizmente na maioria dos casos, os gatinhos bebés que nascem ou são abandonados na rua não chegam a ter a possibilidade de crescer e muitos gatos adultos que são abandonados, morrem por não saberem defender-se dos vários perigos com que subitamente são confrontados.
Algumas pessoas têm medo que este seja um processo traumatizante para o gato, que faça com que mudem o seu comportamento e fiquem tristes, que engordem e fiquem doentes. Não necessita de ter esse receio. O gato(a) vai ter uma mudança de comportamento, mas para melhor: ficará mais meigo e calmo, não deixando de ser o animal brincalhão que já era. Deixará de marcar território e não vai ter cios nem os consequentes comportamentos que lhe estão associados. A esterilização da gata pode ser feita a partir dos 6 meses e dos gatos, 8/9 meses. Mas pode ocorrer mais cedo, em função do desenvolvimento do animal. Toxoplasmose É importante desmistificar a Toxoplasmose, doença que tanto mal tem causado aos gatos domésticos. Alergias Uma das grandes acusações de que os gatos são vitimas, é a de provocarem alergias. É verdade que existem alguns casos em que tal acontece, mas não são muito frequentes.
Porém, a maior parte das alergias que lhe são atribuídas resultam de outros factores: a poluição crescente, as alterações climatéricas, a menor frequência de limpezas profundas, os cheiros intensos (perfumes e detergentes), entre outros. Estudos recentes começam inclusive a defender que o contacto das crianças com animais, logo desde cedo, aumenta as suas defesas face às alergias. Cada vez mais os médicos recusam a reacção linear entre alergia e animal. E mesmo quando ela é comprovada, dificilmente terá que optar por uma solução radical de dar o seu animal de estimação. Seguramente que vai encontrar um ponto de equilíbrio que lhe permita continuar a gozar da sua companhia sem agravar os sintomas, que podem passar por não permitir que ele durma consigo, ou por uma aspiradela mais frequente à casa, para eliminar os pelos. Combater a acumulação de pelo Sendo animais tão higiénicos, os gatos passam algumas horas do dia a lavar-se e, obviamente, a engolir grande quantidade do seu próprio pelo. Acontece por vezes esse pelo acumular-se no estômago, o que é indesejável. Para o evitar, há produtos no mercado que, felizmente, são adorados pela maioria dos gatos. Alguns sinais de alerta sobre a saúde do seu gato: - Diarreia persistente, - Sangue nas fezes, - Espirros e tosse frequentes, - Miados de dor em reacção ao toque, - Feridas ou peladas, que podem ser provocadas por fungos (quanto mais cedo iniciar o tratamento, menos prolongado ele terá que ser), - Se ocorrer uma alteração do comportamento, que torne o gato muito apático, abatido e sem reacção. Esteja atento ao seu amigo. Perante a persistência de sinais estranhos, é importante que questione o veterinário. Comportamento Os gatos são animais extremamente inteligentes e que gostam de se sentir senhores da situação. Apesar de muitíssimo curiosos, têm receio do desconhecido e não gostam muito de ter as suas rotinas alteradas.
Os gatos raramente são agressivos. Apenas atacam alguém quando se sentem ameaçados e se não tiverem possibilidade de fugir. O gato preferirá sempre fugir a ter que se confrontar consigo. Quando são pequeninos, porque não têm a noção da força nem do perigo que representam as suas unhas e mordidelas, podem aleijar um pouquinho, pelo que devem ser repreendidos, mas apenas verbalmente: bater no gato apenas fará com que ele fique assustado.
Estar ao colinho do dono, é também muito apreciado por muitos gatos, embora alguns apenas o façam quando muito bem entendem (o que não é necessariamente quando o dono quer). Gatinhos felizes ronronam, sendo este som verdadeiramente delicioso para o dono pois é a manifestação máxima de quanto o gato gosta dele. Há gatos que ronronam apenas pelo facto do dono olhar para eles, ou por lhes dizer uma palavra meiga. Alguns gatos ronronam de tal forma baixo, que apenas se sente que o estão a fazer colocando a mão junto à garganta. Quando o seu gato estiver no seu colo a abrir e a fechar as patinhas, significa também que está muito satisfeito. Higiene Os gatos são animais super higiénicos. Estão permanentemente a lavar-se. É aliás espantoso como conseguem que cada pedacinho do seu corpo seja objecto de uma cuidadosa e meticulosa inspecção e banhoca diária.
É por isso que, salvo se o gato anda na rua e está sujeito a sujar-se mais intensamente, não deve preocupar-se em dar-lhe banho, até porque é mesmo verdade que os gatos detestam essa operação (poderá não protestar muito no primeiro banho, até pelo efeito choque e surpresa, mas será muito mais difícil conseguir apanhá-lo para um segundo banhito). A utilização de dodots pode ser necessária uma ou outra vez, para limpar qualquer sujidade mais entranhada. Sugere-se que de quando em quando, observe os ouvidos do gato e, caso note que têm algumas impurezas, os limpe com um disco de algodão embebido num pouco de soro fisiológico (ou um produto próprio disponível nos veterinários). Em gatos com tendência para otites (que não é muito usual), a limpeza destas impurezas é importante para que se diminua a sua frequência. Poderá utilizar o mesmo método para limpar junto aos olhinhos, mas se estes tiverem tendência para apresentar regularmente remelas, deve consultar o veterinário porque poderá necessitar de um tratamento específico. Por serem extremamente higiénicos, os gatos gostam de utilizar um WC que não esteja muito sujo e podem mesmo fazer as suas necessidades fora do sítio para mostrar ao dono que o WC está impróprio para consumo. Convém igualmente que aspire a almofadinha ou cobertor onde ele costuma estar, e de vez em quando que os mesmos sejam lavados. Desta forma pode também evitar que possam aparecer fungos e problemas na pele do gato. Como já referido, é importante que retire o pelo velho, escovando o gato com a regularidade que lhe parecer necessária. Vai contribuir para que ele possa ter um pelo lindo e brilhante. Brincadeiras Apesar do gato passar uma boa parte da sua vida a dormir, é um animal super brincalhão e com uma graciosidade e rapidez de movimentos invejáveis. Os gatinhos bebés possuem uma energia inesgotável e estão sempre prontos para uma boa sessão de brincadeiras. No mercado existe uma gama considerável de brinquedos com que pode presentear o seu amiguinho. Quase tudo lhes serve de pretexto para uma alegre sessão de brincadeiras: rolhas de cortiça, bolinhas de papel, …., sendo que deve ter atenção para que ele não brinque com nada demasiado pequeno que possa ser engolido inadvertidamente. As crianças e os gatos A relação entre uma criança e um animal pode ser algo de maravilhoso, mas é preciso é preciso que as crianças entendam que o gato é um ser vivo e não um brinquedo igual aos muitos que possuem. É preciso que ela saiba que ao contrário dos bonecos e peluches, o gato sente dor, sente alegria, sente tristeza. Se as brincadeiras forem violentas ou bruscas, podem assustar o gato e este, em defesa, pode arranhar, causando traumas desnecessários. Viagens / Férias Para um gato, uma simples ida ao veterinário é uma “viagem”. Curta, mas (particularmente) detestada. Mesmo quando o gatinho é bebé, ou super meigo, qualquer viagem deve ser sempre feita dentro da caixa transportadora apropriada. O gato pode assustar-se com algo inesperado e ficar em pânico.
*Nunca lhe abra a caixa transportadora num local desconhecido e com hipótese de fuga: ele pode ficar desorientado com o ambiente e pode ter comportamentos imprevisíveis. Os gatos, em regra, não gostam muito de mudanças. Se vai ausentar-se por poucos dias, talvez seja de ponderar a hipótese de algum vizinho ou amigo ir a sua casa dar-lhe comida, tratar do WC, ver se tudo está bem com ele e, muito importante, mostrar-lhe que ele não está abandonado e entregue à sua sorte. Se vai de férias e quer levar o gato consigo, certifique-se que ele não vai correr o risco de se perder ou desaparecer. Se não tem ninguém que possa tratar do gato na sua ausência, informe-se junto das associações de protecção de animais, sobre os locais em que pode deixar o seu amigo. Existem cada vez mais hotéis acessíveis e algumas iniciativas de intercâmbio de alojamento temporário.
Um gato que viveu em casa tem muito poucas hipóteses de sobreviver e será rapidamente “triturado” pelos diversos perigos que o espreitam. Lembre-se que é um ser vivo e que tem sentimentos, um ser vivo que tem por si uma relação de amor e que aprendeu a encará-lo como um protector e amigo. E lembre-se ainda do velho ditado, “não faças aos outros o que não queres que te façam a ti”. Quando regressar de férias, o seu amigo vai estar à sua espera, provavelmente um pouco sentido pela sua ausência. Mas em breve voltará a ser o seu gatinho querido. Perigos que podem colocar em risco a vida do seu animal Os gatos são donos de uma curiosidade que por vezes os coloca em sérios apuros. Alguma atenção e cuidados da sua parte são essenciais para que ele não se meta em sarilhos, de maior ou menor gravidade. Esta lista contém algumas das coisas que maior perigo representam para a saúde do gato: Precauções que podem evitar que o seu gato se meta em sarilhos: * Não deve deixar janelas abertas, sobretudo em andares mais elevados, em que a queda pode ser fatal (mas atenção que mesmo em andares baixos, o gato pode ferir-se, perder-se ou ser atropelado). Identificação Mesmo para animais que estão sempre em casa, é importante garantir que em caso de um imprevisto ele lhe poderá ser entregue por quem o encontrar. Chapa Deverá colocar uma coleirinha (sem guizo) com chapa com o nome do animal e o seu telefone Chip A chapa pode perder-se ou estar parcialmente danificada. A colocação de um chip de identificação é uma segurança e prova de amor do dono (será obrigatória a médio prazo, também para os gatos). Proteja o seu gato. Lembre-se que ele não sabe falar. A velhice não é um drama Os anos passam e inevitavelmente o seu gato vai envelhecer. É triste, significa que um dia, ele vai partir. Mas é inevitável. Mas um gato bem tratado e caseiro (a vida na rua diminui a sua média de vida), pode viver cerca de 16 anos (ou mais).
Há rações próprias para gatos mais idosos, com os componentes apropriados para lhe garantir uma alimentação ajustada às suas necessidades. Alguns suplementos (vitamínicos, proteicos…..) podem ser indicados pelo veterinário, e ele poderá dar-lhe alguns conselhos que lhe permitirão dar ao seu amigo a qualidade de vida que ele merece. As limitações do envelhecimento podem ser atenuadas e compensadas. Em consequência da velhice, talvez o seu gato seja menos activo, menos brincalhão, mais ausente. Mas o amor do seu amigo não ficou diminuído pela velhice. Estes são elementos que resultam da experiência (própria e partilhada) de cuidar destes seres encantadores. Não podemos esquecer que, tal como com as pessoas, cada gato tem a sua personalidade e história de vida muito própria. Não entenda a informação que acabou de ler como regras rígidas. Pode e deve trocar experiências com amigos e sobretudo, escutar o que o seu veterinário lhe pode dizer. Vai certamente encontrar a fórmula para que o seu gato se sinta um animal sortudo por ter sido o eleito do seu coração. Porque no fundo as regras que são verdadeiramente importantes para que dono e gatos possam ser felizes, são simples e eficazes: *Amor incondicional, *Carinho, *Companhia, *Atenção a alterações físicas e comportamentais que possam ser o início de algum problema, *Prevenir situações potencialmente perigosas (janelas abertas, produtos venenosos..), *Respeito pelo temperamento do gato, *Paciência, para entender as suas limitações e, às vezes, o feitio, *Garantir uma alimentação saudável e condições indispensáveis de conforto, *Providenciar o tratamento adequado em caso de doença e apoiá-la na velhice, *E acima de tudo, nunca, em caso algum, permitir que ele seja lançado para a rua, abandonado e sozinho, sujeito à fome, doença e maus-tratos. Apesar de ser dramaticamente elevado o número de animais domésticos abandonados pelos seus donos (ou que deles se perdem), é felizmente cada vez maior o número de pessoas que com eles se preocupam e tentam encontrar-lhes novos lares. Aceite o desafio. Informe. Sensibilize. Defenda os direitos dos animais.
Ajude a fazer a diferença. Porque os animais merecem o nosso respeito. Não se esqueça: adoptou um ser vivo, que sofre, é feliz, sente dor e medo. E que não sabe sobreviver sem a sua ajuda. Quando a doença ou a velhice o tornarem inevitável, esteja com ele. Em nome do amor que lhe dedicou e que ele retribuiu. Todos os animais têm direitos, reconhecidos pela Lei Todos os animais nascem iguais perante a vida e têm os mesmos direitos à existência. Todo o animal tem o direito de ser respeitado. Todos os animais têm direito à atenção, aos cuidados e à protecção do homem. Nenhum animal será submetido a maus-tratos nem a actos cruéis. Todo o animal que o homem tenha escolhido por companheiro, tem direito a que a duração da sua vida seja conforme à sua longevidade natural. O abandono de um animal é um acto cruel e degradante. Todo o acto que implique a morte de um animal, sem necessidade, é um biocídio, ou seja, um crime contra a vida. (excertos da Declaração Universal dos Direitos dos Animais) O abandono de um animal é punido pela lei portuguesa. A vida do animal que adoptou está nas suas mãos. Ele foi escolhido por si. Vai aprender a amá-lo e a confiar cegamente em si para que o ame e proteja. Como ele merece. Como você merece. Faz aqui o download do manual em formato pdf. Autoria: Adélia Costa, Ana Fernandes |