Artigo retirado de: http://www.felinus.org/index.php?area=artigo&action=show&id=173 Autor: anapaf (Ana Paula Fernandes) [ Europe/Lisbon ] 2004/04/18 23:28 |
Uma boa prática municipal: o Canil Municipal de Alcochete não abate os seus animais |
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A Câmara Municipal tem contado com a boa vontade e imensa generosidade de três das suas munícipes, com quem em Janeiro de 2004 estabeleceu uma parceria fundamentada na união de esforços, a Câmara disponibiliza o espaço físico, alguma alimentação, apoio veterinário (quando solicitado) e suporta os custos de funcionamento enquanto que a outra parte disponibiliza todo o seu tempo livre, por um lado, para tratar e amar os animais que são recolhidos, por outro, para divulgar ao máximo os animais para adopção, para angariação de fundos e sócios para a nova associação em formação “Os Canitos”.
Prova evidente da política positiva que a autarquia tem relativamente aos animais desprotegidos da sua localidade, é que entre Maio e Novembro, estando as instalações do Canil ainda por utilizar, acolheu favoravelmente o pedido destas três voluntárias, sempre com a Ana Estêvão, como sua representante, de utilização provisória das instalações, para acolher um grupo de cães que subitamente perderam a sua família humana. Neste Canil as instalações são acolhedoras, apesar de exíguas, e a limpeza é evidente. É um número excessivo para as 11 boxes disponíveis, ainda por cima com as dimensões reduzidas que têm, porque de facto estas boxes se tornam pequenas para cães de grande porte.
Novamente, ao fim da tarde, durante 4 horas liberta os cães, para que possam correr e brincar, garantindo-lhe, à custa do seu tempo livre, o direito a por algumas horas no dia, serem também eles cães livres e amados. Depois de estar tudo limpo, depois de todas as boxes estarem prontas e depois de muitas brincadeiras é com satisfação que a Ana observa, todos os dias, que os animais se recolhem por iniciativa própria não sendo necessário força-los a entrarem de novo no cativeiro.
Naturalmente que há muito mais para fazer, pois o grande objectivo é proporcionar a este animais as melhores condições de vida enquanto estão na canil mas com o fim de puderam voltar a ter uma família: é preciso dar a conhecer a sua existência a um grande número de pessoas para que sejam adoptados. Felizmente que nesta luta a Ana não se encontra sózinha. Com ela encontram-se 2 voluntárias que regular e assiduamente, contribuem com a sua preciosa ajuda, e ainda que mais esporádico, de mais 3 ou 4 voluntárias. Esta ajuda manifesta-se em todos os campos, nomeadamente, na limpeza do canil, no passeio á trela dos animais, na confecção de comida (arroz com carne) para os mimar uma ou duas vezes por semana, na divulgação dos animais a adoptar e entrega dos adoptados, no transporte das cadelas para esterilização, e em alguns casos, acolhimento durante a convalescença, na angariação de comida e bens necessários aos nossos amigos, na angariação de fundos, através de venda de rifas e outras iniciativas, para pagamento das esterilizações e outras necessidades, etc. Digo voluntárias e não munícipes, pois algumas delas, não sendo de Alcochete, têm com esta gente um elo muito forte que é o amor aos animais.
São poucos, é verdade, mas são alguns. Precisam-se de muitos mais, mas temos a convicção que esse número acabará por engrossar, à medida que esta iniciativa se tornar conhecida. Afinal, são felizmente muitas as pessoas que se preocupam com os animais abandonados e que procuram ajudar quem os trata e acarinha. Consciente que os cães precisam de mais e melhores instalações, a Câmara já manifestou disponibilidade para aumentar o canil, permitindo que animais de maior porte possam ter mais espaço.
A Câmara também se disponibilizou para divulgar no Jornal Municipal e no seu site os anúncios dos animais para desta forma potenciar a sua adopção.
É bom, saber que nesta vila a autarquia acolheu a hipótese que lhe foi dada de não optar pela via fácil do abate, e que existem pessoas como a Ana Estêvão, e outros, que não falam em fazer, fazem, não falam em partilhar, partilham, não falam em dar, dão: e dão com uma generosidade de tal forma evidente, que nos sentimos gratificadas por poder usufruir de algum do seu tempo, sabendo o quão valioso ele é.
Ainda melhor, seria que algumas das autarquias pudessem adoptar modelos de funcionamento para os seus canis que também assentassem numa política vida e de incentivo à adopção não abatendo os animais. Cada vez que se abate um cão saudável, é o nosso modelo de sociedade que é posto em causa: afinal, progresso e desenvolvimento devem servir também para que os animais tenham assegurado os direitos a uma vida digna e protegida.
Para mais informações e adopções: Ana Estêvão - 96 293 0708 (depois das 18h e aos fins-de-semana) (Texto escrito na sequência da visita ao Canil Municipal de Alcochete em 27 de Março de 2004 - Adélia Costa e Ana Fernandes) |