Artigo retirado de: http://www.felinus.org/index.php?area=artigo&action=show&id=1254 Autor: Rowan (Ísis Calió) [ Europe/Lisbon ] 2009/01/14 16:33 |
Gatos Pretos e suas Superstições |
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Eu sou dona de uma gata-preta há quase 6 anos e com muitíssimo orgulho!
O problema principal é que estes animais sofreram um preconceito débil, vindo principalmente da Igreja Católica, de séculos de perseguição insana contra estes animais; Por isso é sempre bom relembrar algumas histórias de Gatos Pretos e suas superstições: No ano de 1232, o papa Gregório IX funda a Santa Inquisição, com o intuito de descobrir heréticos que cultivavam o demónio, novamente na figura de um Gato Preto, macho. Em 1344, surge na França, o culto de São Vito, em Metz, queimando vivos anualmente 13 Gatos em uma gaiola. Quando a Peste Negra atacou a Europa, dizimando quase um terço da população, inicialmente os Gatos foram considerados culpados e perseguidos, ordenando-se a sua destruição. A associação da figura do Gato ao culto ao demónio levou inevitavelmente à sua vinculação à feitiçaria e às artes mágicas. Em 1484, o papa Inocêncio VIII difunde a crença de que as feiticeiras veneravam Satanás encarnado em Gato. Por toda a Europa, pessoas inocentes foram torturadas em nome de Deus. E, com elas, seus Gatos. Em Ypres, na França, centenas de Gatos eram atirados do alto de um campanário em um festival anual. Milhares de Gatos foram sacrificados em rituais durante a Páscoa. A perseguição chegou até mesmo à América, quando, em 1692, várias pessoas foram executadas em Salem, no estado de Massachusetts. O Gato e a religião Muito embora não seja hoje em dia tão difundido, o culto aos animais espalhava-se outrora pelo mundo. Mesmo os deuses que não possuíam forma animal tinham um animal sagrado a eles dedicado, que os simbolizava. O Culto ao Gato: No Egipto dos faraós, o Gato era adorado na figura da deusa Bastet, representada comumente com corpo de mulher e cabeça de gata. Esta bela deusa era o símbolo da luz, do calor e da energia. Era também o símbolo da lua, e acreditava-se que tinha o poder de fertilizar a terra e os homens, curar doenças e conduzir as almas dos mortos. Nesta época, os Gatos eram considerados guardiões do outro mundo, e eram comuns em muitos amuletos.
No Império Romano, o Gato esteve ligado a várias deusas. Diana, a caçadora, governava a fecundidade e a lua, assim como Bastet, e uma lenda antiga atribui a ela a criação do Gato. Também a sensual Vênus é representada como uma gata, uma encarnação de emoções maternas. Na Babilônia, apesar de não haver culto ao Gato, dizia um mito que o Gato teria nascido do espirro de um leão. O leão, aliás, era um símbolo da realeza. Na América Pré-Colombiana, embora não houvesse Gatos domésticos, os grandes felinos, como o puma e o jaguar, tiveram seu lugar no panteão dos deuses. O jaguar era símbolo de grande força e sabedoria, e acreditava-se que os curandeiros mortos se transformavam neste animal. Na cultura celta, a deusa Cerridwen tem um elo de ligação com o culto ao Gato relativo à fecundidade através de seu filho Taliesin, que em uma de suas encarnações foi descrito como um Gato com a cabeça sarapintada. A primitiva Igreja celta associou vários santos às tradições pagãs e ao culto ao Gato. Santa Gertrudes de Nivelles, por exemplo, é representada sempre com um Gato, e, na França, dizia-se que Santa Ágata transformava-se em um Gato enfurecido para punir os infiéis. Nas lendas nórdicas, aparece a deusa do submundo Freya, cuja carruagem era puxada por dois Gatos Pretos, que representavam as qualidades da deusa, a fecundidade e a ferocidade. Estes Gatos mostravam bem as facetas do Gato doméstico, ao mesmo tempo afectuoso e terno, e feroz quando excitado. Os templos pagãos eram frequentemente adornados com imagens de Gatos. Na Finlândia, havia a crença em um trenó puxado por Gatos que levava as almas dos mortos.
Nos cânones originais do Budismo, o Gato é excluído da lista de animais protegidos, devido ao facto de que, no momento da morte de Buda, quando todos os animais se reuniram para chorar seus restos, o Gato haver não só mantido os olhos secos como comido tranquilamente um rato, provando sua falta de respeito pelo acontecimento solene, este acto é entendido por muitos budistas como a aceitação da passagem da alma e com isso sua grandeza de espírito demonstrada neste momento de autodomínio meditativo. Na China, estatuetas de Gatos eram usadas para expulsar os maus espíritos, e havia dois tipos de Gatos, os bons e os maus, que eram facilmente diferenciados porque os maus tinham duas caudas. No Japão, quando um Gato morria, era enterrado no templo do dono, e no altar do mesmo era oferecido um Gato semelhante, pintado ou esculpido, para garantir ao dono tranquilidade e boa sorte durante sua vida. No Judaísmo, no Talmude, o Gato só aparece cerca de 500 d.C., quando o livro sagrado louva brevemente seu asseio. Entretanto, uma antiga lenda hebraica conta que o Gato teria sido criado em plena Arca, quando Noé, em desespero por que os ratos estavam se multiplicando e devorando todas as provisões, implorou a Deus que lhe enviasse uma solução. O Gato então teria sido criado de um sopro do leão. Outra antiga lenda judaico-espanhola diz que Lilith, a primeira mulher de Adão, o teria deixado para se transformar em um vampiro que, sob o aspecto de um Gato Preto, atacava bebés adormecidos e indefesos e lhes sugava o sangue. Superstições pelo mundo: Nos Estados Unidos: se o Gato senta com as patas traseiras voltadas para uma fogueira, o seu dono terá resfriado.
Na Itália: se um Gato espirrar é um bom presságio para aqueles que ouviram. No século XVI, os italianos acreditavam que um Gato negro estendido na cama de um homem doente era sinal que ele iria morrer. Por outro lado, eles também acreditavam que um Gato jamais permaneceria na casa de uma pessoa moribunda. Na França: atravessar um rio carregando um Gato. Dá azar. Na Normandia: quem vir uma Gata com pelagem escama-de-tartaruga tem que tomar cuidado: pode ocorrer morte por acidente. Na Islândia: na noite de Natal deve-se vestir ao menos uma peça nova de roupa, caso contrário, o Gato do Natal irá pegar a pessoa. Na Índia: Gato em pé é sinal que sua dona terá um filho em breve. Na China e Japão: a aparição de um Gato desconhecido é sinal de que a sorte irá mudar. Na Tailândia: antigamente acreditava-se que a alma de pessoas mortas vivia no corpo de Gatos sagrados antes de partir para a próxima vida. Na Holanda: Gatos não são permitidos nas salas quando há discussões familiares. Na Grã-Bretanha: os Gatos Pretos trazem sorte. Em Yorkshire (Inglaterra) já é um pouco diferente: o Gato Preto representa sorte para quem o possui mas, também, é sinal de extremo azar encontrá-lo acidentalmente em seu caminho. Em alguns países, as esposas de pescadores mantêm esses animais em casa para prevenir desastres no mar. Claro, não poderia deixar de fora a grande e assustadora história de Edgar Allan Poe chamado Gato Preto (The Black Cat) publicado em 19 de Agosto de 1843 (é de arrepiar!) esta história assustadora também contribuiu com a mitologia que envolve o Gato Preto. Se quiserem ler na integra: Inglês: http://www.teachervision.fen.com Português: http://www.sitedecuriosidades.com Este artigo foi redigido por Ísis Calió com fontes variadas: http://www.tribunaanimal.com http://www.planetagato.com.br http://www.olhosdebastet.com.br/ http://www.bichezas.com |