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Artigos  » Crónicas

"Paixão Guardada"

Como uma grande amante de animais, principalmente gatos, não podia deixar passar esta oportunidade de dar o meu contributo ao FELINUS.

Desde muito cedo fui uma "angariadora" de gatos abandonados, levando os meus pais e irmão a adorar os animais que tantos, infelizmente, consideram como traiçoeiros.

O meu 1º gato foi o "Tareco", um gato de rua ENORME, extremamente independente mas, ao mesmo tempo, dócil para os que conhecia. Vivia na rua, ninguém o conseguia enfiar dentro de casa, era alimentado por todos mas, como tinhamos um café, estava sempre à nossa porta. Infelizmente, no dia em que os meus pais decidiram abandonar Lisboa rumo à Figueira da Foz acharam melhor deixar o "Tareco" no bairro, onde era de todos. Foi na 1ª vinda ao bairro como visitante e não habitante que verifiquei que para o "Tareco" já não era uma habitante conhecida mas sim uma estranha visitante, a sua resposta à minha alegria de o ver foi um arranhão que me entristeceu não pela dor causada, mas pelo facto de não me reconhecer.

Nunca consegui encontrar uma razão para os meus pais não quererem "voltar" a ter um animal em casa, pricipalmente sendo o meu pai um amante de pássaros. No entanto, quando um dia um grupo de gatos abandonados decidiu atacar a gaiola comendo mais de metade dos seus estimados pássaros, jurou nunca ter gatos em casa mas eu, adoradora de tais animais, decidi que não podia ser assim mas, como não conseguia autorização para levar um bicharoco para casa decidi, com uma amiga, que nos anos da minha mãe ela lhe deveria oferecer um gato, e assim foi... como não teve coragem de recusar a prenda, recebemos o selvagem Axel em nossa casa.

Difícil de domar mas, quando começou (finalmente) a reconhecer-nos... não há palavras para descrever o amor que todos lhe ganhámos e, sem sombra de dúvida que ele a nós. Como passava a maior parte do tempo com a minha mãe (considerada sua avó!), passou a obedecer-lhe praticamente como um cão, pode custar a acreditar mas tinhamos um gato que deixou de utilizar a areia para usar o bidé e, mais tarde, a sanita!!!... É mesmo verdade! Sem dúvida que de todos cá em casa a minha mãe foi sempre a que mais usufruiu dos 5 gatos que tivemos até hoje, inclusivé das besteiras que faziam. Ainda hoje recordamos a desgraça que foi quando o Axel e o Vicente (nosso corvo) decidiram destruir a sala toda na "brincadeira"!!

Infelizmente devido ao pavor que tinha de persianas, saltou do 1º andar de casa o que fez com que fosse atropelado sem ter chances de sobrevivência... mais uma vez não tenho palavras para descrever o desgosto que nos causou no entanto, ainda hoje se mantém vivo e endiabrado no meio de nós.

Mais uma vez foi pensado em não voltar a entrar nenhum animal em casa mas... ironia do destino, uma outra amiga decidiu oferecer à minha mãe uma gatinha encontrada no motor de um carro. Assim nos foi apresentada a Ananias Hermengarda Bóris Joaquim Alves Junior.

Mais uma selvagem.... porquinha, porquinha!!! De todos os gatos que tive foi a mais badalhoca, no entanto, sempre fiel à minha mãe. 7 anos de amor e dedicação à Ananias que caiu 3 vezes do 3º andar, em nenhuma delas se magoou, mas era sempre porque estava a tentar apanhar moscas para comer!! Ao fim de 7 anos, no dia em que levou a injecção por causa do cio, talvez por medo, fugiu. Foi a 1ª vez que saiu de casa para "vadear" e não voltou. Como me custa a acreditar que faleceu, prefiro pensar que anda a passear algures na serra.

Algum tempo passou para voltar a entrar um gato nas nossas vidas, o pensamento de voltar a passar pela perda de um animal era doloroso demais mas, mais uma ironia (desta vez sem ter a minha ajuda!), no dia do meu aniversário foi-me oferecido um maravilhoso e super pequenino gato preto. Foi difícil convencer os meus pais a aceitar o animal. Entre muitas passagens que fez pela casa de colegas, foi aceite na minha no dia em que me foi dito que estava doente. Com medo que não o tratassem, a minha mãe lá decidiu aceitar o futuro Afonso em casa. Acho que nunca vi um gatito tão pequeno e, como tinha dificuldade em respirar, lá o levámos de urgência à veterinária que, passado 1 mês de convivência com o Afonso e muitas idas ao seu consultório, nos informou que o frágil animal tinha uma doença contraída pela mãe e que dificilmente sobreviveria... ninguém desistiu e todos os dias ia com ele ao veterinário para levar oxigénio.... não desisti, estava sempre com ele, até ao dia em que pousei a alcofa com a borracha quente para ir à cozinha e, quando voltei, o Afonso tinha decidido desistir.... mais um desgosto, desta vez duro de mais por ver uma animal tão pequenino a sofrer tanto. Decidi não voltar a ter gatos ou qualquer outro animal mas, para meu espanto e talvez por ver que eu não estava a conseguir lidar bem com toda a situação, a minha mãe decidiu trazer para casa um gatito que bem passava por gémeo do Afonso...

Sócrates, o grande e imperial gato.... a sério... este gato, com uma personalidade vincadíssima, foi a nossa última paixão. Nunca consegui sentir que o Sócrates gostava de algum de nós, à excepção, claro, da minha mãe, que seguia para todo o lado sem nunca a largar. Acabou por falecer atropelado pelo meu pai que não o viu debaixo do carro. Até hoje é um assunto Tabu em casa, tamanho é o desgosto do meu pai que prefere acreditar que não foi ele.... é certo que não há certezas, no entanto, também não existem muitas dúvidas.

Há praticamente 1 ano que não temos animais, à excepção de Freddy, o canário, que é tipo pilhas.... dura, dura e dura..... Hoje, apesar de sentir imensa falta de um animal, sou eu que prefiro não o ter pois já perdi 5 e como me custou... penso que o Afonso foi o que mais me marcou, lutei imenso pela sua sobrevivência, fizemos de tudo e não conseguimos, ver o sofrimento que passou, sair da sala do veterinário a chorar por não ter esperança.... não consigo passar pelo mesmo, talvez um dia mais tarde quando tiver a minha casa decida voltar atrás na decisão que tomei e volte a receber um gato. No entanto, tenho plena consciência que a partir desse dia nada vai ser igual.

Até lá vou visitando o vosso site e, no que puder, terei todo o gosto em vos ajudar... se quiserem, claro.

Agradeço por me terem deixado partilhar convosco a minha história.

Cumprimentos
Cláudia



- Cvi (Claudia) [ Europe/Lisbon ] 2006/05/02 12:13

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» pipagata ( Tité) » [ Europe/Lisbon ] 2006/05/05 11:07
Óh Cláudia, tanto amor para dar e tantos gatinhos sem ele!! Não se desacostume de ter um gatinho. Adopte um o mais rápidamente possível, todo o tempo que passar sem ele é tempo de amor desperdiçado.

» MJGM ( Maria João Martins) » [ Europe/Lisbon ] 2006/05/02 14:09
Oh Cláudia, quem escreve assim com tanto carinho, não pode viver sem um gato... e pelos vistos, não és só tu aí em casa a gostar de gatuchos, também os teus pais gostam deles embora comecem sempre por dizer que não.
A vossa experiência negativa tem as suas vantagens... agora mais que ninguém estão cientes dos cuidados que há que ter para evitar acidentes - e mesmo assim, infelizmente nunca ninguém consegue controlar tudo!
A vida é assim... ninguém pode viver protegido de azares nem de desgostos...
Mas quanto não vale todo o carinho e conforto que vocês deram aos gatinhos que passaram por vossa casa? Vale tudo!
E quanto não valem todas as meiguices, tontices e brincadeiras dos gatos que vos fizeram sorrir ou zangar? Valem um tesouro!
Tens que adoptar um gatinho, porque não escolher um já crescidinho, e castrado da UZ? Precisam tanto do carinho de um lar como o teu...
Tudo de bom!
MJGM




» Rafas ( José Carreira) » [ Europe/Lisbon ] 2006/05/02 12:37
Cláudia, tanto amor, tanta luta, tanta dedicação ... e depois desistir? - Não me parece. Verá que o tempo ajudará a curar as feridas, a olhar para o passado com outros olhos, ver perspectivas diferentes da mesma realidade. Já li neste site que quando um amiguinho nosso parte há mais uma estrela no céu ... - e depois de entrarem no nosso coração já de lá não saiem, não acha?
Tudo de bom para si.
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