Ciência
Empresa americana vai comercializar gatos geneticamente modificados
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A Allerca Inc, uma empresa americana sediada em Los Angeles, pretende comercializar gatos geneticamente modificados que não causem alergia, um problema que afecta milhões de pessoas.
A Allerca Inc, de Los Angeles, anunciou que em 2007 vai comercializar gatos hipoalergénicos, ou melhor, felinos geneticamente modificados que não vão causar as habituais alergias a quem com eles conviver.
Segundo afirmou a empresa americana através de um press release, estes felinos geneticamente modificados serão os primeiros de uma série de animais de estimação que prometem adaptar-se ao estilo de vida dos seus donos. A Allerca – que já está a aceitar encomendas - tenta assim aliciar milhões de pessoas que até agora de se coibiram de ter um gato em casa, por causa dos incómodos das alergias, a adquirir um animal de estimação "à la carte". Tendo em conta que 10% da população americana sofre deste mal, que pode causar distúrbios nos olhos, nariz, ouvidos, garganta e pele, o negócio parece apetecível.
A empresa afirmou ainda que, antes de chegarem aos seus novos lares, estes animais serão castrados para não se cruzarem com os gatos «normais».
Através de interferência no RNA, a Allerca conseguiu inactivar um gene dos gatos, responsável pela proteína causadora da alergia que é segregada pela saliva e pela pele. A interferência no RNA é um instrumento cada vez mais utilizado pelos investigadores - que trabalham em áreas tão distintas como o cancro ou a agricultura - para silenciar genes e assim criar medicamentos.
Segundo Simon Brodie, presidente da empresa, as pessoas que são alérgicas a gatos vão assim poder deixar de tomar injecções para reduzir os incómodos sintomas, e os que sempre temeram ter um felino em casa vão poder finalmente pensar em comprar um.
Brodie afirmou à Associated Press que estima conseguir vender, só no continente americano, cerca de 200.000 felinos por ano e o mesmo número no resto do mundo, o que, a 2.400 euros cada, lhes permitirá encaixar aproximadamente mil milhões de euros anuais.
Quando confrontado com a possibilidade de o projecto não ter luz verde das autoridades, este responsável lembrou o exemplo precedente do GloFish, um peixe de aquário no qual foi implantado um gene de anémona para brilhar, que foi autorizado por não se destinar ao consumo humano.
Os gatos geneticamente modificados são a mais recente tentativa de aplicar a biotecnologia à lucrativa indústria do comércio de animais de estimação. Em Agosto deste ano, também a Genetic Savings & Clone, outra empresa da Califórnia, anunciou que, depois de ter feito o primeiro clone de um gato estava pronta para começar a clonar animais de estimação.
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