Memorial á minha gatinha Daisy, (9 meses) agora a minha estrelinha guia entre tantas outras estrelinhas como ela.
Por então meu pedaço ido,
Que em vão tão docemente tido,
Me fiquei em pranto brando,
Que pousei em mim chorando.
Tão leve e púrpuro, enfim,
Que de manso, se apartou de mim,
Nessa névoa em si tão só,
Como menina de sua avó.
De olhar claro, assim, olhando,
Me trouxe a angústia tão de perto buscando
E em tal brado tão pouco e tanto,
Que em uníssono ouvi seu tom num canto.
Ah! clara evidência das coisas per si,
Na melhor das fragâncias por tal me apercebi,
Que no obdurar do sentimento então,
Qual falsa e obíqua percepção.
Era só esse receio quão temido,
Que brotando tão em mim nesse gemido,
Me logrou ao ver-te por ti distante,
Que não vi por tal em só instante.
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És a gota de orvalho,
Transparente, quanto límpida,
Ainda trémula de geada,
Que em qualquer coisa,
Me recorda ternamente
O alvorecer,
Constante e indefinível,
Onde o silêncio crepita
Em cânticos secretos.
És tu,
Porque me cercas,
Me envolves
E te instalas,
No que sou,
Como se mais nada restasse,
Afagando o que em mim volve
E despertando o esquecido.
Assim, amanheço,
Sempre
E devagar.
Vânea Lúcia |