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Defensores do Serra da Estrela contra classificação de perigoso em Itália |
A Associação Portuguesa do Cão Serra da Estrela (APCSE) manifestou-se hoje contra a "classificação absurda e sem qualquer fundamento" que colocou duas raças autóctones portuguesas na lista de cães perigosos em Itália.
| Cão da Serra da Estrela | "Todos somos poucos para defender estas duas raças [Serra da Estrela e Rafeiro Alentejano]", disse em conferência de imprensa a presidente da Assembleia Geral da APCSE, Justina Franco, sublinhando a "profunda indignação" dos defensores das raças autóctones portuguesas face à classificação feita pelas autoridades italianas, publicada em Dezembro naquele país.
Segundo a responsável, "tudo será feito" para que governo italiano retire estas duas raças da lista, acrescentando que "se desconhecem os critérios que levaram as autoridades italianas a colocarem o Serra de Estrela e o Rafeiro do Alentejo na conjunto de 17 raças consideradas perigosas" naquele país.
"O número de exemplares de cães Serra de Estrela em Itália é muito reduzido, pelo que esta raça não deve ser muito conhecida", referiu a responsável.
Outro representante da associação, José Almeida, disse à agência Lusa que os Serra de Estrela são cães "completamente inofensivos, com muita personalidade e extremamente dóceis e meigos", pelo que esta classificação "só se pode tratar de um erro".
Em declarações à Lusa, Helena Costa, que cria Rafeiros Alentejanos há mais de dez anos, sublinhou que esta raça, como o Serra de Estrela, são cães "muito nobres, rústicos e dignos", pelo que não podem, na sua perspectiva, fazer parte da lista de cães perigosos.
Segundo a criadora, "não existem cães perigosos, apenas donos irresponsáveis", salientando a importância que o acompanhamento e a educação têm nos primeiros meses de vida".
Uma responsável da Liga Portuguesa do Direito do Animal considerou a classificação italiana das duas raças autóctones portuguesas, que "já estiveram em extinção" como um "ataque ao património português".
| Rafeiro do Alentejo | Contactado pela agência Lusa, Almiro Monteiro Moreira, um especialista que durante 18 anos foi responsável pelo treino de cães de polícia, disse que esta completamente "contra esta classificação" e que "não percebe como é que estas dois cães foram incluídos na lista de raças perigosas".
"Treino cães há mais de 30 anos e não me lembro de caso nenhum onde estas duas raças tenham atacado alguém ou mostrado comportamentos perigosos", afirmou o especialista, acrescentando que estas duas raças portuguesas "têm feitios parecidos e são por vezes algo desconfiados, mas não fazem mal a ninguém".
"O cão alentejano é um cão de campo que gosta de liberdade e o Serra de Estrela é um cão que não gosta de ser comandado, pelo que pode haver um o outro que pode ser mais agressivo. No entanto é completamente ridículo generalizar isto a toda a raça", afirmou Almiro Monteiro Moreira.
O Clube Português de Canicultura (CPC) já anunciara segunda- feira ir pedir esclarecimentos à Embaixada de Itália em Portugal pela inclusão pelas autoridades italianas das duas raças portuguesas na lista de cães perigosos.
O vice-presidente do CPC, Luís Teixeira, disse na ocasião à Lusa que este organismo já apelou à secção europeia da Federação Cinológica Internacional para debater o assunto numa próxima reunião.
Também a Associação de Criadores do Rafeiro do Alentejo, com sede em Monforte, se pronunciou sobre a lista italiana, considerando "ridícula" a decisão das autoridades transalpinas e apelando que estas revejam as informações que sustentaram a aplicação da medida".
Agência LUSA
2007-02-09 19:05:01
in http://www.rtp.pt/index.php?article=270150&visual=16 |
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