Minha querida Daisy, salvei-te do precipício... e fiquei eu no abismo.
''RELÓGIO D'AREIA''
A ausência de ti,
Fere e dói
Onde se lhe não encontra o nome,
Como uma qualquer tristeza,
Numa metamorfose irreversível.
Mais um quanto do meu ser,
Se vai em cavalo alado,
Disperso já há muito,
Na alma de tudo um pouco.
Preencho essas lacunas,
Em incontáveis interrogações,
Como se a essência
Se vestisse de resposta
E afinal,
Cobre-a o santo sudário
Eternamente intocável,
O relicário de nós, enquanto tal.
Mais um pouco... e tanto,
Em que a dor é senhora imperatriz,
Constante, como a própria verdade.
Nela,
Me encerro e me diluo,
Me refaço e me engrandeço.
Tenho frio...
Falta do teu calor
E já nada me aquece.
Assim,
Minha bela beija-flôr,
Vou rezando a última prece,
Aliás,
A possível para mim,
Sempre e até à mudez:
Volta minha Daisy,
Volta, volta para mim.
Vânea Lúcia
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