Apesar da história de sofrimento que acompanhava o teu anúncio, senti que eras especial, e como não ainda conhecia o Felinus, não pude inteirar-me de quanto tinhas sofrido e de quanto tinhas lutado para viver. Ainda hoje ao reler o tópico onde falam de ti, os meus olhos se enchem de água ao pensar no que passaste, sem cauda, ao frio, com fome, abandonada.
Já em casa
O teu olhar de extase a receber festinhas não mais me largou e fez com que iniciasse uma tentativa desesperada para que alguém te adoptasse. Eu na altura não era hipótese pois o teu “papá” não gostava de gatos, só da Joaninha (dizia ele...), falei com quem sabia gostar de gatos, com quem não os tinha mas gostava, mandei mails e um dia a Cristina Paulo envia-me um mail a dizer que tinhas sido adoptada. Fiquei tão feliz por saber que irias ter quem te provocasse aquele olhar para sempre... mas afinal o para sempre foram 2 dias e passado esse tempo lá veio novo mail a dizer que tinhas sido “devolvida” à UZ. Chorei e revoltei-me e pensei porque haverias de ter de continuar a sofrer. Telefonei à tia Suzi a chorar desesperada porque havia qualquer coisa em ti que não me deixava esquecer-te. Abençoado telefonema, pois foi ele com que fez que te tornasses na minha “prenda” do dia de namorados.
Ao colo do pai
No dia 7 de Fevereiro de 2004 (dia 14 os teus “papás” iam a um casamento) estava eu a limpar a cozinha quando tocaram à porta e qual não foi o meu espanto e suprema alegria quando olhei para a camara e vi o teu papá e a tia Suzi com uma transportadora: eras tu, tive a certeza sem sequer te ter visto, pode parecer exagero para quem não é capaz de amar um animal, mas o momento em que entraste lá em casa e eu te toquei é um dos momentos mais felizes de toda a minha vida.
Estavas encolhidinha na transportadora, de onde saíste directamente para debaixo da estante. Chamei-te e vieste imediatamente ter comigo a dar-me turrinhas, peguei-te e só então vi o quão horrivel era a tua lesão, não pude deixar de chorar e prometi a mim mesma que a partir daquela altura acontecesse o que acontecesse, tu nunca mais irias embora.
Fomos ao Dr. Chambel que te apelidou de fera (até hoje), que me disse o que eu ainda não sabia: tinhas lesões na bexiga e no intestino, provavelmente provocadas pelo arrancar da cauda, que poderiam significar incontinência urinária e dificuldade em defecar. Saímos de lá e no carro prometi-te que tudo iria fazer para que não sofresses mais e que independentemente de todos os problemas de saúde que tinhas, não mais deixarias de ser a minha Princesa mais nova.
Desde esse momento até hoje, por muito passámos: caíste da varanda abaixo, foste operada a um mega-cólon, fazias xixi e cócó fora do sitio, mas cada dia que passa, cada vez que olho para esses teus olhos cor de ambar sei que tudo valeu a pena, pois vieste iluminar a minha vida e ensinar-me que entre humanos e animais também há amor à primeira vista.
Obrigada por teres surgido na minha vida e tê-la tornado melhor.
Só hoje li esta linda história, vim aqui um pouco para descansar das histórias tristes dos nossos amiguinhos cujo futuro ainda é uma incógnita. Chorei ao ler esta história de amor e destino!!!! felicidades e parabéns por se terem encontrado uma à outra. Sónia já pensaste em escrever histórias para crianças? Escreves com imensa ternura, e terás certamente uma história linda para tocar corações! Boa sorte
Só agora vi este texto. A primeira foto não me lembro já quem tirou mas a mão é minha... Como estava doente e triste nessa altura, tadinha... Hoje é uma gatinha feliz e o teu testemunho só prova que havendo amor tudo se vence. Estrelinha é o nome dela mas a Estrelinha dela foste tu
Nem sei o que dizer... as palavras não saem... na vida só acontece o que tem de acontecer e o vosso encontro estava marcado! Felicidades para as duas Estrelinhas.
É mesmo Sónia, os nossos bichanos retribuem incondicionalmente o AMOR que lhes damos. Uma homenagem linda à tua bichana. Que continuem a amar-se durante mtos séculos!!!!!