As crianças adoram-nos. Brancos, pequenos e sociáveis, os coelhos angorá são vendidos em Portugal como animais de estimação por cerca de 30 euros. Mas as suas qualidades não se ficam pela simples companhia: o pêlo destes animais, provenientes de Ancara, capital da Turquia, tem propriedades terapêuticas - além de proteger contra a humidade, melhora a circulação do sangue, minimiza as dores próprias das doenças reumáticas, previne o aparecimento de cãibras e evita a acumulação de suor.
Boas notícias para quem sofre destes males: desde Novembro que as farmácias portuguesas vendem uma linha de camisolas interiores, térmicas e anti-sépticas, feitas de angorá e fios de prata. Os preços oscilam entre os 10 e os 45 euros. Em Fevereiro a oferta será alargada a uma colecção para bebé e a uma linha de roupa interior. Serão ainda vendidas meias sem costura, para diabéticos, que evitam a fricção e as feridas.
Instalada na Alemanha há 40 anos, a Medima - empresa que comercializa estes produtos - decidiu arriscar em Portugal. João Góias, técnico de ortopedia da Quilaban (o laboratório que representa a Medima em Portugal), não tem dúvidas: "São produtos da máxima eficácia, testados clinicamente na Universidade de Zurique e que têm feito grande sucesso lá fora", disse à SÁBADO, explicando que "o pêlo dos coelhos angorá tem uma capacidade térmica superior ao das ovelhas - por isso mantém a temperatura do corpo em ambientes até 5 graus negativos - e é mais macio".
Criados ao ar livre, na Alemanha, França, Canadá e Estados Unidos, os coelhos de raça angorá não se comem, têm pêlo e orelhas grandes e são tosquiados de dois em dois meses, sob pena de sofucarem com uma bola de pêlo na garganta. O produto da tosquia de um só animal chega para fazer uma peça de roupa. Na América do Norte a lã ainda é cortada com uma tesoura e tratada à mão, sem químicos.
Por: Angela Lopes, revista SÁBADO, nº 35
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