|
Artigos
» Informação » Notícias
|
Há quase 200 animais selvagens à espera de colocação em zoos |
Os três ursos de Marco de Canaveses tornaram-se famosos porque esperaram cinco anos numa jaula
Há animais que depois de serem apreendidos e dados como perdidos a favor do Estado esperam mais de três anos até que o Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB) lhes consiga arranjar um novo habitat.
Segundo os dados do instituto a que o i teve acesso, existem centenas de espécimes com autos de decisão a favor do Estado. Estarão nessas condições cerca de 150 primatas, duas dezenas de felinos, duas dezenas de cobras "de grande tamanho" e "vários crocodilos", especifica o ICNB. Para a maioria dos animais apreendidos, garante o instituto, é conseguida "colocação" em parques zoológicos em Portugal e no estrangeiro. Ainda assim, há espécimes apreendidos que acabam por ficar em lista de espera por períodos "de dois a três anos, por vezes mais tempo" e que, em alguns casos, ficam com os donos - que se tornam fiéis depositários dos animais até que seja encontrado um novo destino. Foi o que aconteceu aos ursos de Marco de Canaveses que, antes de serem acolhidos para um período de quarentena no Jardim Zoológico de Lisboa tiveram de esperar cinco anos numa jaula.
Os animais "de grande porte ou perigosos e todos os primatas" são, segundo o ICNB, os que criam maiores dificuldades na hora de encontrar uma nova casa, porque não têm "grande valor em termos de conservação" e os parques zoológicos não os aceitam, "por já terem essas espécies, muitas vezes em excesso". No caso dos répteis, aves e anfíbios, o processo é "mais simples" e, nos últimos anos, têm sido encaminhados para vários zoos e centros de recuperação espalhados pelo país.
Apreensões aumentam O número de animais apreendidos, provenientes do comércio ilícito, tem aumentado. Em 2006 foram apreendidos apenas 36 animais, enquanto que em 2009 - os últimos dados de que o ICNB dispõe - foram detectados 179 espécimes. O aumento, assegura o instituto, prende-se com "um maior investimento no controlo do tráfico de espécies". Portugal tem sido, nos últimos anos, o país com maior número de operações nesse sentido, sobretudo no que diz respeito ao comércio ilegal de aves.
A detecção de espécies ilegais e perigosas ou potencialmente perigosas também tem vindo a aumentar, "por causa da actuação mais directa do Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) da GNR", justifica o ICNB.
Em 2009 foram apreendidos 12 mamíferos, 97 aves, 23 répteis, 20 peixes e 20 moluscos provenientes do comércio ilegal, repartidos entre o zoo de Lisboa, o zoomarine (Albufeira) o Monte Selvagem (Montemor-o-Novo) e um santuário de animais na África do Sul, para onde foram enviados o tigre e os leopardos.
Fonte: Jornal I
Autor: Reprodução | | Os três ursos de Marco de Canaveses tornaram-se famosos porque esperaram cinco anos numa jaula |
|
|
Versão para Impressão Enviar a um amigo |
|