A obesidade tornou-se o problema de saúde mais frequente entre os animais de estimação. Segundo a Associação Médica Veterinária Americana, 40% dos cães norte-americanos são obesos. No Brasil estima-se que 25% dos gatos e 30% dos cães tenham quilos a mais. Em Portugal não existem estatísticas sobre o assunto, mas a a tendência é semelhante.
"Os números portugueses não devem ser tão elevados, mas o problema existe cada vez mais", admite o médico veterinário José Augusto Resende.
O sedentarismo cada vez maior dos animais de estimação, a má alimentação, a predisposição genética e a castração são as principais razões que levam os animais a engordar. "E convencer os donos de que a gordura em excesso é prejudicial nem sempre é fácil. É um problema cultural", adianta o mesmo veterinário.
Estar atento às alterações de peso do seu animal de estimação pode salvar-lhe a vida ou garantir-lhe uma velhice mais tranquila. Por isso, antes de lhe satisfazer todos os caprichos e apetites (e de se convencer que não estão gordos - são apenas "fofinhos"), é importante, defendem os veterinários, reflectir sobre os principais erros a evitar.
Tal dono, tal cão ou gato A má alimentação é a maior causa de obesidade em cães e gatos. Uma pesquisa da ONG britânica The Blue Cross revela que os donos que comem de mais e fazem pouco exercício têm maior tendência para se descuidar com a alimentação dos seus animais de estimação. Exageram nos petiscos, ignoram as doses recomendadas nos rótulos da rações (que respondem a todas as necessidades nutricionais) e exercitam menos os animais.
"As rações são a melhor opção, mesmo que fiquem mais caras", recomenda José Augusto Resende. Só que a maioria dos donos portugueses ainda se limita a dar aos animais os restos de comida, o que não é recomendável. Há até alimentos a evitar: "Massas e arroz são totalmente desaconselháveis porque o metabolismo dos animais não está preparado para os receber", explica o especialista. Por outro lado, o exercício físico é fundamental, sobretudo no caso dos cães, "que não foram feitos para estar em casa". Prova de que as mentalidades estão a mudar em relação aos cuidados dos animais são os números. Há 15 anos, a maioria dos portugueses tinha gatos. Hoje estima-se que 65% tenha gatos e só 35% cães.
Depois de serem castrados, os animais exigem maiores cuidados. Já existem à venda rações preparadas para estes animais, com um teor calórico mais baixo. A castração impede os cães de produzirem as hormonas que actuam na inibição do apetite.
Quando a idade dos animais já é avançada, os cuidados têm de ser redobrados. Isto porque com os anos aumentam a tendência para engordar dos animais. E o excesso de peso acarreta consigo numeroso problemas metabólicos e perturbações gástricas. Surgem também doenças associadas, como a diabetes, e dificuldades de locomoção. Sinais a que deve estar atento.
Autora: Rosa Ramos
Ionline, 31 de Outubro de 2009
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