Origem
Muitos autores escreveram sobre as origens deste cão: pouquíssimos estiveram de acordo.
Os primeiros indícios remontam ao antigo Egipto, onde imagens nos revelam cães brancos de manchas escuras, cuja estrutura corporal também se assemelha à dos cães dos faraós. Provavelmente, terão surgido cães com manchas há milhares de anos, os quais se multiplicaram através de cruzamentos. Como os Egípcios, e depois deles os Cartagineses, Gregos e Romanos, dominaram várias regiões do mundo, talvez tenham levado para essas regiões cães com manchas pretas como presentes para os governantes desses territórios.
Também se conta que provém da província indiana de Bengala, e por isso é também conhecido por "perdigueiro bengalês" ou "cão tigre". O próprio nome francês "Braque de Bengale", atribuído pela Fédération Cynologique Internationale, deve-se a esta origem indiana.
Atribui-se igualmente a sua proveniência à ex-Jugoslávia, mais concretamente na província da Dalmácia. O Dálmata é também denominado de «perdigueiro de Ragusanis», em homenagem à Jugoslávia. Era utilizado pela nobreza para acompanhar as carruagens. As provas da sua existência na Península Adriática advêm de pinturas italianas do século XVI onde aparecem cães que nos dias de hoje são tão idênticos ao que nós denominamos por Dálmatas.
Em 1791, esta raça aparece ilustrada no trabalho intitulado “History of Quadrupeds” do autor inglês Thomas Bewick, através de gravuras de madeira, que representam o Dálmata como companheiro de cavalos e de cocheiros. Com o passar do tempo, o Dálmata passou a ser tratado como cão de matilha, assim como acompanhante de coches luxuosos. Era considerado o cão dos nobres e era símbolo de luxo e companheirismo.
O Dálmata sempre demonstrou tendência a seguir o dono, seja qual for a forma de locomoção escolhida por este: carruagem, cavalo, bicicleta; na Inglaterra, ao redor de 1900, estava muito em moda nos ambientes senhoriais fazer seguir as carruagens elegantes por cães dálmatas; eram chamados, precisamente, "coach dogs", isto é cães de carruagem.
Assim, no decorrer da História, este cão com manchas difundiu-se em diversos países. O seu aspecto nobre e esbelto torna esta raça muito elegante, no entanto é também um cão muito singelo por natureza. É o seu pêlo branco e as suas inúmeras manchas pretas ou até mesmo castanhas (sendo estes mais raros), que fazem do Dálmata um cão incomparável, com uma enorme originalidade e singularidade.
Tem sido conhecido por actividades diversificadas, designadamente já foi utilizado como cão de guerra, como sentinela nas fronteiras da Dalmácia e da Croácia. Também é conhecido pelas suas heróicas performances na luta contra o fogo e como mascote das corporações de bombeiros. Como cão de caça já foi utilizado na caçada a aves, veados e javalis, como rastreador e como retriever. Mas, entre todos os seus talentos, o mais importante é sem dúvida o original, como cão de acompanhar carruagens. O Dálmata provou muitas vezes a sua sociabilidade com cavalos, e ainda hoje gosta de andar junto de cavaleiros.
Foi também o charme exclusivo das pintas que alçou a raça ao estrelato em 1961, com o lançamento de "Os 101 Dálmatas", da Disney. O desenho conta a história de uma milionária excêntrica e inescrupulosa, capaz de tudo para ter um maravilhoso e original casaco de peles de Dálmatas. Criadores do mundo todo admitem que a popularidade do Dálmata nas últimas três décadas esteve intimamente ligada ao grande sucesso deste desenho animado.
Características da Raça
Enquadrado no grupo 6 - secção 3 da Federação Citológica Internacional - FCI, dos "Cães Sabujos, Farejadores e Raças Assemelhadas", são classificados como cães de companhia, de família e adequados para serem treinados para várias actividades.
Aparência Geral: Um cão cujas manchas numulares (de numismática*) (pequenas e redondas) constituem um traço característico. O Dálmata é bem proporcionado, forte, musculoso e activo, de linhas harmoniosas. Os seus traços gerais são simétricos, é um cão delicado e rápido nos seus movimentos. É um cão forte, musculoso, activo, harmonioso e rápido, podendo correr com rapidez durante muito tempo. É um cão elegante, com boa presença, podendo fazer prova de muita resistência e de movimentação ágil.
Autor: Diva (Vânea Lúcia) | |
Comportamento e carácter: O Dálmata é conhecido como um cão terno e amigável, não é tímido nem desconfiado, é atrevido e auto-confiante e corajoso, sem ser agressivo, é um cão de confiança, meigo e muito sensível. É muito sociável e adora brincar com crianças. Para além da sua força, resistência e inteligência, o Dálmata é um cão muito alegre. É muito frequente vermos um Dálmata a «rir» para o seu dono de forma espontânea e meiga.
Cabeça e Crânio: Cabeça de comprimento moderado, crânio chato, de razoável largura entre as orelhas, bem modelado à frente das orelhas, guardando certa moderação. Stop moderado. Rugas são indesejáveis. Focinho comprido e poderoso, jamais afilado. Os lábios secos, ajustados aos maxilares, não devem ser pendentes (soltos). Na variedade de manchas pretas, o nariz é sempre preto, nos cães de manchas castanhas, o nariz é sempre castanho.
Maxilares e Dentes: Maxilar forte, dentição perfeita, completa e regular, com articulação em tesoura.
Olhos: De tamanho médio e equidistantes do centro, redondos, vivos e brilhantes. Têm uma expressão inteligente. Sua cor é escura nos cães de manchas pretas, e de cor castanho - não muito escuro e âmbar nos cães de manchas castanhas. O contorno dos olhos dos cães com manchas pretas é da mesma cor ou muito escura, assim como o dos cães com manchas castanhas.
Orelhas: Inserção alta, largas na base, tamanho médio, colocadas rentes à cabeça, vão diminuindo de largura até a ponta arredondada. De espessura fina e completamente malhadas. Ao contrário do que muitos afirmam, os Dálmatas não são obrigatoriamente surdos, pelo contrário, o que ocorre é a surdez congénita total ou parcial numa grande percentagem de cães desta raça, exemplares que são considerados impróprios para a criação.
Pescoço: Comprimento moderado, graciosamente arqueado, elegante, diminuindo em direcção à cabeça, sem apresentar papos.
Tronco: O peito, moderadamente largo e profundo, dorso forte e recto; lombo forte, bem modelado, com flancos bem cintados, musculosos e levemente esgalgados.
Membros anteriores: Espáduas ligeiramente oblíquas e bem, musculadas. Cotovelos ajustados ao tórax. Patas dianteiras rectas e com ossos fortes. As articulações carpianas devem ser elásticas.
Membros posteriores: Músculos fortemente desenvolvidos e nitidamente marcados, bem como as articulações dos joelhos. Articulações tibiotársicas ligeiramente anguladas. Vistos de trás, os posteriores são paralelos.
Patas: Redondas e com os dedos fechados. Dedos almofadados e redondos. Unhas pretas ou brancas nos cães com manchas pretas e castanhas ou brancas nos cães com manchas castanhas.
Cauda: De comprimento próximo ao nível do jarrete, grossa na raiz, afinando gradualmente para a ponta. Jamais grosseira. Inserção média, portada com uma leve curva para cima sem jamais enrolar. Deve ter manchas arredondadas de preferência.
Movimentação: Movimentos uniformes, poderosos, rítmicos, com passadas longas. Vistos de trás, os membros deslocam-se em planos paralelos e os membros posteriores na mesma linha dos anteriores. Passadas curtas e desapoiadas são considerados defeitos.
Pêlo: É curto, liso, denso, duro com aspecto liso e brilhante.
Cor: A cor base dos cães da raça Dálmata, é o branco puro. Nos Dálmatas de manchas pretas, estas deverão ser muito escuras. As manchas não devem sobrepor-se, devem ser redondas, com contornos bem definidos e separadas umas das outras. As manchas situadas na cabeça, na cauda e nas extremidades devem ser mais pequenas.
Constituição Física: Os machos Dálmatas podem atingir os 30 kg e uma altura das espáduas de 55 a 62cm de altura. As fêmeas têm, em média, 25 kg e entre 50 e 60 cm de altura. Esta raça é caracterizada por uma grande longevidade e não é raro estes cães atingirem os 15 ou 16 anos de vida. Em geral, os Dálmatas são cães com grande vitalidade e saúde.
Os sentidos: Os Dálmatas têm um óptimo sentido de olfacto. Também tem um sentido auditivo mais apurado que a maioria dos cães. As suas capacidades de visão são fora do comum.
Defeitos: Qualquer desvio do padrão é considerado como falta e penalizado em função da sua gravidade.
Desqualificações: Manchas plaqueadas. Manchas em forma de monóculo (ao redor dos olhos). Pelagem tricolor (manchas pretas e castanhas em um mesmo cão). Manchas de cor limão.
Outros Defeitos: Olhos azuis. Heterocromia da íris. Lábio superior ou inferior pronunciado. Surdez. Entropismo: Ectroprismo. Cães com medos e agressivos.
NOTA: Os machos devem apresentar dois testículos de aspecto normal e completamente descidos.
Personalidade
Autor: Diva (Vânea Lúcia) | | O Pintas | O Dálmata é um cão de temperamento dócil e afectuoso, principalmente com crianças e até com outros animais (especialmente com cavalos), muito meigo e sensível. Percebe com facilidade o estado de espírito dos seus donos através do tom de voz. Os seus bons sentimentos estendem-se aos amigos dos donos, de quem acaba por se tornar igualmente amigo. Por outro lado não esquece algo de mau que lhe façam – retrai-se e fica triste.
Eléctrico e brincalhão, espalha alegria por todos os cantos, e apesar de adorar longas caminhadas e precisar de muito exercício, a sua fidelidade à companhia de seu dono permite que ele viva bem dentro de casa, mostrando na suavidade do seu olhar que também sabe se comportar muito bem, desde que ensinado com amor e firmeza.
O Dálmata adora viajar de automóvel, quando for de férias leve-o consigo – não se esqueça que deverá ir atrás, de preferência com uma rede de protecção e com cinto de segurança. Não o deixe incomodar o condutor ou andar de um lado para o outro, pois isso poderá provocar um acidente.
Em relação às crianças, gosta de brincar e é muito meigo no seu contacto com elas. Adora as festas que recebe dos membros mais pequenos da família. E em contrapartida, as crianças beneficiam muito com a sua companhia, sentem-se protegidas, contam com um amigo para brincar, incansável e de confiança sólida. Para um filho único um cão significa não só brincadeira, mas também um ouvinte de todos os seus segredos.
Apesar do cão não conversar é um bom ouvinte. O cão nunca recusa companhia ou ajuda a uma criança, está sempre presente para animar.
É um cão que não tem medo e protege a sua família se pressentir o perigo.
No entanto, não é agressivo. Em casa, dá sinal quando alguém bate à porta. Se em pequeno tiver tido pouco contacto com pessoas ou se tiver sido educado com rigidez mostra-se tímido e inseguro. Por ser um cão alegre é frequente vê-lo a “rir” para o dono ou para pessoas de que ele goste.
Assim, apesar da fama que tem, devido ao cinema, o dálmata não faz pose de estrela. "É um cão rústico, não exige cuidados especiais", precisa de um bom espaço para exercícios, ter alimentação de boa qualidade, água fresca à vontade e um local limpo e fresco para dormir. Além disso, o dálmata é um animal versátil e, por isso, adapta-se bem à vida de um apartamento, desde que os donos sejam responsáveis pelo lazer dos cães, oferecendo-lhes exercícios e passeios.
Um defeito?!... A teimosia, mas que é facilmente "dobrada" com uma educação firme nos primeiros meses, e controlada com o passar do tempo.
Cuidados de Saúde
A elegância do Dálmata não está de forma alguma ligada a fragilidade, muito pelo contrário, é um cão robusto, extremamente resistente e dono de uma saúde invejável, não necessitando de nenhum cuidado especial.
Necessita apenas de alguns cuidados básicos, como:
Autor: MissLua (Lua) | | Daffy na Varanda |
O pêlo
O pêlo deve ser escovado duas vezes por semana, pode utilizar uma escova ou uma luva de borracha. Se o pêlo estiver húmido, deverá esfregá-lo com uma toalha e deixá-lo secar num local quente.
O Banho
Dois a quatro banhos por ano são suficientes, só devendo dar banho a partir do terceiro mês. A temperatura da água deverá rondar entre os 26º a 28º. Depois do banho esfregue-o cuidadosamente com uma toalha e deixe-o secar tranquilamente num lugar quente. Nunca deverá utilizar secadores de qualquer espécie, pois pode queimar a pele do cão.
As orelhas
Como as orelhas dos Dálmatas são tombadas, é necessário inspeccioná-las e cuidar delas periodicamente. Limpe-as com um pouco de algodão – que não se desfie – enrole-o à volta do dedo indicador para tirar a secreção. Nunca introduza cotonetes ou outros objectos no buraco auricular, pois pode ferir os ouvidos.
Os olhos
Embora o Dálmata requeira menos cuidados com os olhos do que muitas outras raças, deverá retirar regularmente as secreções e corpo estranhos que se possam alojar nos cantos.
Os dentes
Os cachorros perdem os dentes de leite afiados por volta dos quatro meses. Terá de ter muito cuidado com a dentição seguinte, que é a definitiva. O cão poderá sofrer de cáries, parodontose e tártaro que provocam buracos, queda de dentes, gengivites e mau hálito. Os biscoitos e ossos, próprios para roer, são um óptimo meio de prevenção.
Patas e unhas
Tenha cuidado com os inúmeros corpos estranhos afiados que se podem introduzir nas patas. No Inverno a pele perde elasticidade devido ao frio, podendo nas regiões com temperaturas mais frias o gelo infiltrar-se na pele. A neve pode provocar queimaduras, por isso se passear com o seu cão em zonas com neve, deverá lavar-lhe as patas com água morna, secá-las bem e aplicar-lhe um creme próprio. Quando as unhas estiverem demasiado compridas, deverá levá-lo ao veterinário para as cortar. Em casa, poderá limá-las com um utensílio próprio para o efeito.
As Pintas
As Pintas por serem a sua marca registada, despertam uma preocupação especial entre os criadores e admiradores dos Dálmatas. As pintas podem ser apenas preto ou fígado e os criadores procuram cada vez mais preservar sua conformação, já que neste caso não basta ter pintas: elas precisam ser perfeitas para destacar a elegância do cão.
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A preocupação com as pintas chega ao requinte de determinar o tamanho ideal que, de acordo com o padrão da raça, devem ter um tamanho ideal de 2 a 3 centímetros cada.
Segundo a Federação Cinológica Internacional (FCI), as pintas devem ser o mais redondinhas possível, bem definidas, em cor preto ou fígado sobre branco puro, sem mistura de cores e menores nas extremidades (cabeça, patas e cauda). Muitas pintas juntas, formando "cachos de uva", também são indesejáveis.
Há alguns anos, a FCI modificou o padrão da raça, tornando-o mais específico e objetivo. As maiores alterações ficaram no item de marcação, tendo sido introduzidas diversas faltas desqualificantes, como por exemplo, a presença de grandes manchas (patches em inglês). Cães com essa marcação já nascem assim, ao contrário dos pintados, cujas pintas começam a aparecer ao redor dos 15 dias. Marcação em monóculo (grandes manchas redondas ao redor dos olhos) também conhecida como "marcação pirata" passou a ser considerada uma falta desqualificante. O mesmo vale para um Dálmata que simultaneamente tenha pintas pretas e outras de cor fígado, os tricolores e aqueles que possuam pintas "amarelas".
O dálmata no Cinema
As luzes se apagam e a tela é tomada por um bando de cachorrinhos. Em uma cena, um casal de dálmatas procura desesperadamente pelos seus filhotes. Em outra, uma avalanche de 99 pequeninos cães pintados foge das garras de uma dondoca que quer transformá-los em casaco. Pronto. Não foi preciso mais que uma hora e meia de projeção de 101 Dálmatas para que a raça se tornasse uma febre. O carisma e a perspicácia dos astros de quatro patas apresentados no desenho animado de Walt Disney de 1961 desencadearam uma verdadeira febre pelo pet de pintas, a tal ponto de, no Japão, amantes da raça promoverem um evento chamado 101 Dálmatas em homenagem ao cão e, claro, ao filme.
O fenómeno se repete até hoje. Quando a versão em carne e osso chegou às telas em 1996, os criadores da raça viram os seus telefones tocar sem parar. "O filme 101 Dálmatas serviu para divulgar a raça.
Criadores do mundo todo admitem que a popularidade do Dálmata nas últimas três décadas esteve intimamente ligada ao grande sucesso do desenho animado - e do seu relançamento em vídeo. Vários países, entre eles Inglaterra, Itália e Japão, assistiram a uma duplicação do número de registos de nascimentos de Dálmatas. Na Inglaterra e na Itália, a raça está há anos entre as 14 mais procuradas; no Japão, ocupa o 26º lugar. Nos Estados Unidos, o Dálmata permanece entre as onze mais desde 1993 (em 1994, o Dálmata era a 9ª raça mais registada).
Mas nem tudo são flores, "O ponto negativo" é que o sucesso da raça despertou a ganância das pessoas, que começaram a fazer cruzamentos de dálmatas adulterados.
Em síntese, ser Dálmata é..
Autor: Diva (Vânea Lúcia) | | Pintas Hip Hop |
• Atrair olhares admirados com sua beleza
• Ostentar elegância
• Ser eléctrico por natureza
• Precisar de muito movimento
• Distribuir alegria por onde passa
• Estar sempre pronto a corridas e caminhadas
• Ser brincalhão, meigo, sociável e dócil com crianças
• Ter afinidade com cavalos
• Desconfiar de estranhos, e avisar sua presença, com latidos de alerta
• Conviver bem com outros animais
• Ser rústico, limpo e ter uma saúde de ferro
• Adorar passeios de carro
• Apreciar a companhia do dono
• Viver bem dentro de casa
Bibliografia
http://dalmatasatportugal.no.sapo.pt/
http://dalmatacascais.no.sapo.pt/
http://focinhos.ig.com.br/racas/dalmata.shtml
http://www.pegadas.iol.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=431&Itemid=145
http://www.saudeanimal.com.br/dalmata.htm
http://www.dogtimes.com.br/dalmata.htm
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