[ Europe/Lisbon ] 2005/10/01 03:19 ""
Tudo começou com uma triste noticia….eu estivera grávida mas infelizmente a minha gravidez não progrediu além do primeiro trimestre.
Andava profundamente deprimida, e isolava-me de todos e de tudo...
Um dia o meu companheiro fez-me uma surpresa e quis-me oferecer um amigo, que talvez me ajudasse a recuperar o ânimo.
Levou-me á UZ para ir buscar um miau.
Ele já tinha escolhido um... o Tobias, mas ao lado deste encontrava-se uma gatinha tão pequenina ou mais que ele, a Íris, e eu não resisti e depois de pedinchar qual criançinha, saí de lá vitoriosa com dois gatos na transportadora.
A ideia de virem dentro da transportadora não os tranquilizou muito, miavam a goelas abertas e os fus eram inevitáveis.
Chegados a casa, abrimos a porta da transportadora e duas miniaturas lindas de gatinhos saíram curiosos.
De repente um fuuuuu para mim, um fuuuuu para o Miguel e uma corrida até ao primeiro buraquinho quente e confortável que acharam.
Enfiaram-se atrás do frigorifico, mais propriamente dentro das suas traseiras, perto do motor.
Após umas quantas tentativas, não sei quantos fuuuuu assanhados e muitas patadas lá consentiram sair dali.
Começaram um pouco depois, já de barriguinha cheia, a investigar a casa, que lhes devia parecer inversamente proporcional ao tamanho deles.
Os primeiros dias são sempre os mais complicados para a adaptação a um novo lar... para eles, gatos e para nós donos.
Adoraram aquela coisa chamada sofá, é quentinho e confortável...
A minha vida começou a ficar mais animada depois da adopção dos meus pestinhas...
Vieram para preencher um pouco do vazio que sentia mas acabaram por me encher de mimo e felicidade.
É-me impossível olhar para eles e não ficar contente, mesmo naqueles dias em que me sinto em baixo, ainda hoje.
Os Gatos para mim, são magia pura!
Nos primeiros dias a confusão foi geral.
"Miguel, não pises a amostra de gato que tens atrás de ti!";
"Patricía, sabes onde estão as miniaturas de gato?"
Uma confusão... no mínimo engraçada.
Decidimos ir logo comprar umas coleiras para eles, daquelas que tem guizos, para auxiliar na localização destes.
Mas depressa ficaram a conhecer os cantos todos á casa, acho que se adaptaram com uma certa facilidade e nos adoptaram tão depressa como nós a eles.
Como estes eram os meus bébés, eu ofereci-lhes um meu pertence de quando eu era bébé, a minha mantinha, que estava guardada.
A minha mãe é que não gostou lá muito de a ver na cama dos gatos, mas o que importa é que eles gostaram da prenda.
Passei muitas horas deitada no sofá com duas pulgas de gato esborrachadas em cima de mim, mas como me sabia bem, e ainda hoje sabe.
O cheiro de gatinhos bébés que ainda não perderam, a doçura dos seus olhares ensonados, os seus pêlos macios, o calor dos seus corpos junto do meu...
Mesmo em pleno verão sabia-me tão bem os seus mimos, e ali estávamos durante horas, deitados, enroscados uns nos outros.
Hoje em dia também acontece isso mas só quando eles querem é que vêm pedir mimo.
Estão mais independentes, é a fase da adolescência, só vem quando querem pedir alguma coisa.
O Tobias então, é demais, chega mesmo a ser chato.
Adora falar, e passa horas nisso, se lhe damos um pouco de conversa não há quem o cale.
RRRREEENHAU NHAU... MMMMIIIIAU... AUUUU....QUQUQU... e por aí a fora.
Essa do ququqq é uma história gira, pois o Tobias até á bem pouco tempo atrás não sabia fazer ffffuuuu á gato e sempre que se sentia intimidado com algo fazia QUQUQU.
Mas essa expressão serve para inúmeras outras coisas...
para pedir mimo, para pedir comida, para pedir conversa, para chamar a gata...para atacar os brinquedos dele...tornou-se o seu mote para tudo.
Pois o tempo vai passando e os meus gatinhos foram-no acompanhando e crescendo também, só eu não os via crescer tão depressa...
Pouco faltava para os meus felpudos fazerem um ano quando me apareceu um gato á porta do meu prédio, arraçado de siamês, a miar.
Claro está que consegui convencer o meu marido a trazê-lo para casa mas na condição de ser provisório, apenas até lhe arranjar um dono.
Dois ou três dias depois já tinha descoberto uma amiga que estava interessada em adoptar o gato mas ela só poderia ficar com ele pouco tempo antes de se casar, porque só nessa altura estaria em casa para tomar conta dele...
E eu, ok! Disse-lhe para ficar descansada, o Piruças, o nome que a filha dela escolheu, ficaria connosco até lá.
Passou mais de seis meses, para aí uns sete ou oito, hospedado em nossa casa e ela vinha vê-lo de vez em quando...
Os meus miaus não gostaram muito dele logo de início mas com o chegar do frio descobriram que ele conseguia ser muito confortável e quentinho.
Na segunda semana de estadia, o Piruças era já o mais popular...
Amigo de brincadeiras da Íris e companheiro de sestas do Tobias.
Dormiam todos juntos, com as cabeçitas deitadas nos rabos uns dos outros, em círculo; ou em 2ª hipótese faziam de manta de retalhos para mim... :)
Bastava apanharem-me deitada no sofá e era uma festa, quando dava conta já tinha gatos espalhados por cima de mim. Frio é que eu não tinha!
O Piruças era o mentor das diabruras!
Uma vez, deixei bacalhau de molho, dentro de um alguidar mas embrulhado dentro de um saco de plástico... Este, como era adepto assérrimo de bacalhau, teve a paciência de o tirar, posta a posta, de dentro do alguidar através do pequeníssimo buraco que ficava do nó do saco. Pois espalhou bacalhau pela cozinha toda e já prevendo que eu iria descobrir e retirar-lho para deitar para o lixo, guardou umas postas debaixo da mantinha dele...
Claro que acabei por não lhe ralhar, nem bater, porque me deu vontade de rir a paciência e esperteza daquele gato...
Como essa houveram muitas mais... nas quais os meus pestinhas também participaram.
Por essa altura os meus gatitos já estavam a entrar naquela fase da descoberta do corpo e dos instintos malucos... Só eu não vi isso...
Quando reparei já era tarde demais!
Ora dois machos mais uma fêmea numa casa dá confusão...
Eu achava que ainda eram muito novinhos para pensarem em procriar mas o Piruças deve-lhes ter ensinado algumas coisas.
A minha Íris tem um cio muito subtil...tanto que não reparei quando ela teve o primeiro e deixei-a estar junta com os gatos...
Grande falha a minha!
Quando deu para reparar nesses comportamentos, a minha nini estava a ficar mais redonda e sossegada, com as mamoquinhas maiores e mais rosadas...estava prenha...
E tinha dois machos no auge da loucura, numa espécie de brincadeira.
O Tobias dizia para o Piruças – Vou fazer um chichi aqui á porta de casa, este território já é meu...
O piruças respondia – Pois eu sou mais criativo, vou fazer atrás do microondas porque é mais acrobático...
E pronto, a minha casa parecia um circo.
O circo instalou-se na altura que eu estava a trabalhar o dia todo e só vinha á noite. Por isso deu na confusão que se viu.
Os dias foram passando, a gata foi engordando a olhos vistos e os gatos foram discutindo direitos de paternidade.
Estava, por essa altura, a trabalhar no café da minha mãe, em Lisboa.
Mas decidi que não queria continuar mais lá.
Parecia que a minha gata já adivinhava... é tudo explicado por uma relação quase que umbilical.
No dia seguinte ao meu último dia de trabalho, logo pela manhãzinha acordei sem razão aparente... fui direita á sala e a minha gata, assim que me viu, miou.
Estava ela no sofá, de pernoca aberta a lavar-se.
Olhei mais de perto e parecia que estava na hora, fui logo a correr chamar o meu marido que ainda jazia na cama, mas quando voltei a gata já tinha recolhido a pequena bolsinha que estava para rebentar.
A Íris estava inquieta e nervosa, eu estava já em estado de pânico, ou assim pensava eu nesse momento.
Liguei logo para a veterinária, com quem já tinha falado antes dos meus receios por causa da gata ser ainda tão nova e por ser de um tamanho tão reduzido.
Ela acalmou-me um pouco e disse-me para esperar, dar tempo á gata para ver se ela conseguia fazer o “serviço” sozinha.
Aconselhou-me a levar a gata para o sítio que ela mais gostasse da casa, que a ajudaria a relaxar.
Nem pensei duas vezes e levei-a para o meu quarto, para cima da minha cama, e tapei-a com a mantinha deles.
Deixei-a ficar mais de 3 horas ali sossegada, apenas entrando de vez em quando para ver se estava bem.
Ela olhava para mim mas não dizia um mio.
Estava em casa como meu marido e a minha mãe, que até tinha dormido em minha casa nessa noite anterior. Bendita a hora!
Por volta das 15 horas, a Íris chamou por mim, miou bem alto, corri para junto dela.
Estava a começar o parto.
Agora sim, tinham-lhe rebentado as águas e ela estava aflita sem saber o que fazer.
Telefonei novamente á veterinária e ela disse para eu ficar junto dela e ir-lhe fazendo miminhos, e falando com ela. Foi o que fiz.
Quando vi que as contracções estavam a ficar mais próximas e fortes estava na hora de chamar a infantaria, estava a começar uma verdadeira batalha.
A minha mãe, eu e o meu marido ficámos a conhecer o trabalho de parto muito de perto…
Virámos a gata de barriga para cima. O Miguel ficou com a tarefa complicada de agarrar nas patas da frente para ela não se tentar escapulir… A minha mãe com a função de ir auxiliando a gata nas contracções fazendo pressão, de cima para baixo, na barriga da gata e eu, na nervosa tarefa de segurar nas patas traseiras da gata para a obrigar a fazer força nas contracções, auxiliar os gatinhos a sair e tirar-lhes a placenta no instante em que acabassem de nascer…
Passada uma meia hora, que o Miguel odiou particularmente porque a gata estava sempre a morder-lhe as mãos, os olhos da Íris dilataram consideravelmente e pareciam querer saltar das órbitas. Chegara o grande momento, uma contracção mais forte obrigou a gata a expelir as patinhas traseiras do primeiro gatinho, fiquei num misto de medo e felicidade, todas as minhas emoções estremeceram e o meu coração não estaria menos acelerado que o da minha menina Íris.
Vieram-me as lágrimas aos olhos e eu gaguejava, tinha já metade do gatinho de fora e a minha gata começava a fraquejar, parecia não querer fazer mais força.
Agarrei no gatinho e puxei o resto que faltava sair…tremia como varas verdes, e agora tinha que ser muito rápida a tirar a placenta e certificar-me que o gatinho respirava…parecia estar a escorregar-me das mãos tal não eram os meus nervos, não conseguia parar de chorar, soluçar, e tremer…
Mas, de repente, oiço um ténue miar, era o gatinho, que estava vivo… fiquei mais leve e consegui finalmente respirar como deve ser.
Entreguei-o logo á mãe e a Íris nini lavou-o logo todo, das patinhas á cabeça.
Era todo branquinho, pensamos logo que era filho do Tobias.
E por falar nesse dito gato, tanto o Tobias como o Piruças estavam á espera de notícias á porta do quarto, como dois bons pais; deveriam estar á espera da hora da visita para tirar as dúvidas de paternidade que restavam a ambos.
Pus a cama dos gatos em cima da minha cama e deitei lá mãe e filho para que recuperassem daquele momento e eu também me fui sentar um pouco para me recompor do susto que tinha acabado de apanhar. Ufaaaa…ser parteira tem muito que se lhe diga…!
Depois liguei novamente á vet para que ela soubesse das boas novas e para lhe pedir mais orientações.
Passada meia hora, mais ou menos, volto a ser chamada pela gata para mais um tormento.
A minha gata miava, uivava, sei lá o que mais fazia…
Repetimos novamente todo o processo: mais umas patinhas traseiras estavam a ser expelidas, ela fez força e eu puxei cuidadosamente mais um gatinho, este era da cor do Piruças, bege.
Retirei-o rapidamente da placenta mas este não respirava, fiz respiração boca a boca,
Massagem cardíaca e nada… Fiquei desolada, comecei num pranto aflitivo e tanto a minha mãe como o meu marido me diziam para eu não chorar, que não tinha culpa, que são coisas da natureza.
Passado um bom bocado lá me consegui acalmar e deixei que a minha gata visse que e seu segundo rebento estava morto e o rejeitasse para depois não andar á procura dela pela casa.
A minha gata tinha deixado de ter contracções e nós achamos estranho mas liguei mais uma vez para a vet e ela disse para ficarmos atentos para ver se ela comia ou bebia água, isso seria o sinal para ter a certeza que ela já tinha terminado o parto e realmente foi o que aconteceu.
Depois de longas e fortes lambidelas no minorquinha recém-nascido ela foi comer e beber água.
Um parto tão complicado e doloroso tanto para a Íris, como para mim, e no fim só tinha uma boa razão para tudo aquilo ter acontecido.
Mas tudo bem, já era alegria suficiente ver a minha filhota bem de saúde e ver o minorquinha, meu “neto”, já todo vivaço, a miar, e a andar de um lado para o outro arrastando o seu rabito.
Decidimos logo pôr-lhe o nome de Natas por ser todo branquinho.
A minha nini só queria estar ao pé de mim, ainda estava muito assustada e se eu saísse de ao pé dela, vinha logo atrás de mim e deixava o gatinho bebé sozinho.
Ela não tinha instintos nenhuns para a maternidade e então achava que eu é que tinha que tomar conta do Natas.
Foi complicado para o conseguir pôr a mamar na gata, a Íris não parecia estar a gostar muito da ideia, apesar de ter muito leite.
Era preciso eu estar presente e a dar-lhe festinhas na cabeça.
E bem, nessa noite tive que dormir com a gata e o gatinho na sala para que o meu marido conseguisse dormir pois no dia seguinte tinha que ir trabalhar bem cedo.
Logo nessa primeira noite eu reparei que a gata não tinha o mínimo instinto para a maternidade porque cada vez que o gatinho miava ela agarrava nele com a boca e muito descuidadamente o transportava para cima de mim, como quem diz: - Toma tu conta dele!
Não procurava estar deitada com ele para o aquecer nem para lhe dar de mamar.
Reparei logo que ia sobrar para mim.
Mas não me importei, agora estava o dia todo em casa e as avós servem também para ajudar a criar os netos.
Mas nem tudo correu bem daí para a frente. O Piruças e o Tobias andavam muito afoitos, tinham feito as contas, e pelos números deles, era suposto haver dois gatinhos pelo menos, para que cada um pudesse ter um filho que lhe chamasse de pai…
No segundo dia de vida do Natas, pela manhã, tocaram-me á campainha e fui abrir, esquecendo-me de fechar a porta da sala á saída.
Na sala estavam os dois protagonistas do parto…a Íris e o Natas.
Como que num ataque de fúria o Piruças entrou a correr para a sala, visualizou o pequenino e atacou-o, mordendo-o todo. Foram só mordidelas superficiais mas o gatinho entrou em estado de choque.
Eu entrei em pânico quando entrei na sala e vi o Piruças em cima do bébé.
Dirigi-me a ele e arranquei-o de cima do pequenino, e corri para o ir desinfectar e depois fui para o Veterinário…
Uns três dias depois, ao fim da noite, o gatinho deu o ultimo suspiro ao meu colo e eu fiquei desolada por não ter podido fazer nada mais para o salvar.
Tinha levado cortisona, antibióticos e dava-lhe de mamar com o biberão, mas não havia maneira de ele sair daquele estado, acabando por não resistir.
Sendo muito sincera, a minha vontade naquele momento era a de esganar o Piruças mas depois raciocinei bem e lá me contive, afinal a Natureza segue sempre o seu curso…
Passado uns tempinhos o Piruças foi para a casa nova dele, com os seus novos donos, embora já tivéssemos feito as pazes.
Mas isto não termina assim…a saga dos gatos continua…
Pois, uma pessoa vai para adoptar um gatinho ao gatil e traz dois ao género daquelas promoções dos hipermercados...
Depois apanha outro na rua e leva para casa na condição de que é provisório...só até arranjar um dono, um bom dono...coisa que ás vezes leva o seu tempo, ás vezes quase um ano, como foi o caso do Piruças...
Mas os meus ouvidos tem uma doença...Pareço surda para muitas coisas mas a minha audição tem uma tecla de automático, ouve o mais pequeno miado...
Fui a Tomar num fim-de-semana, ver a minha sogra, e aproveitei e dei um pulinho á feira dos frutos secos.
Andei lá ás voltas e quando vinha para me vir embora da feira ouvi o quase inaudível até para ouvidos já bem treinados....miau!miau!
Obriguei o meu marido a ver de baixo de um jipe e saltou de lá uma gatinha pequenita.
Fiz-lhe aqueles olhos...sim, esses, os dengosos e ele caiu que nem um patinho. AHAHAH!
Vim da feira com a gata ao colo e disse á minha sogra que me tinha saído numa rifa... Chamou-me doida!
E eu disse: -Não é doidice minha, é uma doença...sou muito sensível no que toca a bichos...
Viemos logo a seguir ao jantar para Lisboa, a Fiona, dormiu quase a viagem toda.
Chegou a casa e não estranhou nada.
Sim, dirigiu-se logo ao WC quando lho disponibilizei... Serviu-se dum jantarzinho e enfiou-se na nossa cama como se já fizesse isso á que tempos.
Foi uma noite santa, para ela e para nós...
Os nossos meninos, a Íris e o Tobias, quando vieram não foram tão rápidos a ambientarem-se, se bem me lembro...
A única coisa que ela não gostou realmente foi da presença dos mesmos, todos curiosos a olhar para ela, intrigados.
Esta manhã acordou-me um uns quantos beijinhos á esquimó.
Ora encostava o narizito dela ao meu, ora desencostava e voltava a encostar.
Um regalo de gatinha... Fofa como tudo!
Vamos lá a ver se com o tempo a consigo fazer ficar mais receptiva e conviver com os meus outros meninos.
A adaptação estava a muito complicada pois a minha gata não queria mesmo mais nenhuma gata em casa. O Tobias até nem se importava muito de ter mais uma fêmea para brincar apesar de ter sido castrado pouco depois da gata ter o gatinho.
Elas é que não se suportavam nem um bocadinho…depois de muitos fuuus decidi que teria que dar a Fiona a alguém, o que foi coisa que não demorou muito tempo.
Passados uns dias, a Fiona foi viver com os seus novos pais para casa deles, uns prédios separados da minha casa. Assim podia ir ver a afilhada Fiona, de vez em quando.
Todas as pessoas que me conhecem sabem desta minha paixão por gatos: mas as opiniões diferem…uns dizem que se trata de uma doença, outros de obsessão, uns de pura dedicação e há-os ainda que já me chamam de Santa Patricia padroeira dos gatos…
A verdade é que é um pouco de tudo…acho que os gatos são um bem muito precioso.
Os meus olhos, são criaturas perfeitas apesar dos feitios únicos de cada um que já conheci, e para a minha vida são mesmo uma mais valia.
Volta e meia aparece um pendurinha perto de mim e se o consigo abraçar e não tem dono, levo-o para casa e só sai de lá com uma nova família que o vá tratar bem.
Algum tempo depois da Fiona, surgiu novamente um gatinho á porta do meu prédio…
o Nody…e eu, que estava já no carro para sair, voltei para trás e fui pô-lo lá a casa.
Mais um afilhado para mim, mais uma missão a cumprir, arranjar-lhe um lar.
O Nody foi um dos mais sortudos pois nem dois dias lá esteve até conhecer a sua nova família e o levarem para casa.
Fiquei satisfeita por ter sido tão rápido mas ao mesmo tempo fiquei um pouco triste porque nem tive tempo para curtir a presença de mais um gatinho lá em casa…a Íris e o Tobias é que agradeceram por ter sido um processo de adopção tão rápido e eficaz.
Contudo, não ficou por aqui, esta casa que mais parece um orfanato para gatinhos não fechou as portas e ainda á bem pouco tempo tivemos mais uma visitinha…a Clio…uma pequenina de 4 semanas que ainda veio para as minhas mãos a pedir o biberão.
Esta fama toda com gatos já correu toda a zona onde moro, todos comentam o meu nome quando vêem um gatito na rua, a Clio foi o jardineiro daqui da zona que veio trazer para ver se eu conseguia arranjar dono para ela. E Arranjei, passada uma semana, mas ficou decidido que só a levavam quando ela tivesse destreza para competir com uma criança de 3 anos. As semanas foram passando e quando ela já me corria a casa toda e trepava por mim acima, estava na hora de a dar aos seus novos donos…Mais uma afilhada que ficou a viver pertinho de mim e que posso ver com frequência.
Continuo optimista e digo para mim mesma que só fico descansada quando não vir mais gatinhos abandonados…inscrições continuam abertas…
O meu marido que parecendo que não, também já começou a ganhar o bichinho da solidariedade com os gatos, passadas umas semanas fez algo que eu não contava que ele fizesse.
Estava a estacionar o carro perto do trabalho e reparou numa “formiga”que ali estava por perto…uma gatinha tigrada, bem pequenina…e disse-lhe que se ela ali estivesse no mesmo sitio quando, ao fim da tarde, ele voltasse para o carro a trazia com ele para nossa casa… Ela, como de burra não tinha nada, decidiu esperar para ver e como estava no mesmo sitio quando ele passou, cumpriu com o que lhe prometera…e trouxe-a.
Ela estava toda sujinha e ramelosa…e cheia de fome… depois de todos esses pormenores tratados ela só queria era tirar o atraso do soninho que sentia e dormia quase o dia todo, na”suite” (espaço da casa que engloba o meu quarto e o escritório – espaço esse que os meus gatos adoram mas ficam privados dele quando tenho pendurinhas em casa).
Pus o anúncio na net, em dois ou três sites…dois dias depois a Mini-mee mandou-me e-mail a dizer que ficava com a gatinha, baptizando-a, no momento em que a viu, de Morna, porque esta tremia apesar de estar quentinha.
A Morna foi viver para Santarém para o gatil espectacular que a Fátima construiu, e que eu espero vir, um dia, a puder construir também.
…Passaram uns dois meses, e uma amiga da minha irmã adoptou uma gatinha pequenita, a Ritinha...e claro que eu comecei a fazer-lhe a cabeça que o melhor era arranjar-lhe uma companhia…mais uma gatinha... e depois de esta me dar o seu consentimento para procurar uma companheira para a Ritinha fui logo á UZ, ver se havia lá alguma bebé mais ou menos da mesma idade…Estavam lá muitos bebés mas aquela gatinha preta que trepava pelas grades e dava mios de pedinte chamou-me mais á atenção.
Foi nessa altura que conheci a Gina Pegado, utilizadora do felinus também : Catlover, e ela também contribuiu para que eu me decidisse a trazer a pretinha. Apressei-me a tirar uma foto com o telemóvel e mandei-a para a pessoa que seria a sua dona…a resposta que recebi foi que achava que a gatinha era linda e que o nome dela seria Ruca.
Trouxe então a Ruca para casa…Andava sempre na brincadeira, corria-me os cantos todos á casa e não estava nem ai para a presença do Tobias e da Irís. Fiquei com ela todo o fim de semana e depois fomos levá-la á sua nova dona…achava eu que tudo correria ás mil maravilhas…Mas a verdade é que a Ruca, meiguinha, meiguinha e ronroneta foi mal aceite pela Ritinha…não se deram nada bem apesar de terem estado poucos dias juntas.
Ao Fim de 3 ou 4 dias a Catarina, amiga da minha irmã, ligou-me muito aflita porque as disputas entre as duas gatinhas andavam a deixar a Ruca muito stressada e esta ficara de diarreia e nem comia bem…achamos melhor não insistir uma vez que a Ruca estava a ficar prejudicada… voltou de novo para o poleiro lá de casa, e com o regresso o bem estar físico regressou para a piquena.
De regresso á base, pensei que não a queria levar de novo para a UZ e decidi que ela só sairia daqui de casa com um lar bom e definitivo…Pus anúncios na net, dois acho eu e no mesmo dia já tinha uma pessoa interessada em ficar com ela, a Sandra.
E passada mais uma semana, combinámos para fazer a “Transacção” felina. Fui sempre recebendo noticias desta miúda, está a crescer a olhos vistos e a engordar também…Gatona, sim, vai ficar uma gatona, de fazer inveja a muitos gatinhos amarelos, brancos, cinzentos, etc., como os que ela viu sair da UZ primeiro do que ela só porque não”davam” azar…
…Agora, não tenho encontrado gatitos por ai … anunciei-me no fórum do Felinus como Fat…esperando poder contribuir para o bem estar de mais felinos, doces e carentes…sem abrigo, sem lar…!
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