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"O Meu Gato"
[ Europe/Lisbon ] 2004/10/11 21:02 "Saudade"
Faz hoje três anos que morreste. Não quis deixar passar em claro esta data para não correr o risco de pensares que já te esqueci. Acho que a dor deu lugar a uma eterna saudade porque foste e serás sempre o meu gato, o meu compincha ;)
Faz hoje um ano que, coincidência ou não, na hora exacta da tua morte passei para o colo da Sandra o Reiki ( o tripé). É tigrado como tu e um dos gatinhos mais felizes do mundo apesar de não ter uma patinha. Sei que de alguma forma isto não foi coincidência. Chamem-me maluca aqueles que acharem isto ridiculo, mas eu quero acreditar que eles não desaparecem da nossa vida sem mais nem menos e que de vez em quando fazem questão de nos lembrarem isso mesmo!
Tareco 24/03/00 a 11/10/01
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[ Europe/Lisbon ] 2003/11/24 22:21 "A Homenagem - continuação"
Na Quinta-feira dia 11 de Outubro de 2001 a rotina foi a mesma. Com uma diferença. Nesse dia e pela primeira vez em muitas o Tareco, de manhã, saltou para o terraço ao lado e “desapareceu” Esteve muito tempo sem me responder o que nele era anormal de tal forma que por falta de tempo eu estive para desistir de o levar. Mas por aquele gato eu fazia tudo e telefonei a dizer que chegaria mais tarde ao emprego. Levei-o. Agora sempre que penso nisso acho que o Tareco me estava a tentar dizer que se fugiu é porque não queria ir. Mas naquele dia não consegui perceber a “mensagem”. Agora sei que ele pressentiu o que estava para acontecer.
Naquele dia, e como sempre fazia, fui lá almoçar para estar um bocadinho com ele. Atrasei-me e saí a correr dizendo-lhe apenas para se portar bem que eu não me demoraria. A minha mãe costumava dizer que ele era exactamente como as crianças. Portava-se muito bem até eu chegar a casa. Quando eu chegava ele começava a "asneirar".
Com a pressa fiz o que nunca tinha acontecido. Saí sem olhar para trás. Se o tivesse feito teria visto que ele me seguia. Estúpida, burra, porque eu sabia que era isso mesmo que ele faria. Bastava-me ter olhado e ter-lhe dito que não. Ele obedecia-me e tinha ficado no lugar. Saltou o muro e presumo que procurou a dona ou o carro da dona de quem tanto gostava. Eram duas horas quando saí de casa, eram duas e cinco quando o telemóvel tocou. A minha irmã disse-me apenas para ir ter com ela porque o Tareco me tinha seguido até à rua. Dois minutos depois estava ao lado do meu gato. O Tareco tinha acabado de morrer, atropelado por um carro que nem sequer parou para ver o que tinha acontecido. Para quê? Afinal não passava de mais um gato. Pois mas aquele era o meu gato, muito amado e que até hoje me deixa no estado em que estou agora, sempre que tento falar ou escrever acerca dele.
Tiveste uma vidinha curta, mas sei que muito feliz. Estes dois anos tens continuado presente na nossa memória. Sei que todos os gatinhos que me passam pelas mãos são um bocado de ti.
Acho que de uma forma ou de outra tens feito questão de me dizeres que também sabes isso.
Obrigada gatinho por tudo que me deste e por aquilo que mudaste em mim.
24/03/00 a 11/10/01
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[ Europe/Lisbon ] 2003/11/24 22:01 "Homenagem"
Este diário não é bem um diário mas sim uma homenagem. Homenagem a um gato muito especial que só por mero acaso se cruzou comigo. O Tareco. Tareco porque seria a companhia de um cachorro chamado Bobi. Na altura andava em voga a brincadeira do Pinto da Costa “ Bobi e Tareco” -)
A minha sogra comentou que queria um gatinho e por coincidência na mesma altura uma colega de escritório disse-me que uma amiga tinha dois para dar. Reservei um, o mais escuro porque como iria para a aldeia o branco, não seria muito indicado. Nasceu no dia 24 de Março de 2000 e passado 10 semanas certinhas fui busca-lo. Tigrado igual a milhares que andam por aí. Era Sábado e no Domingo iria para a aldeia, Arcos de Valdevez. Vinha doente. Nesse mesmo dia levei-o à clínica em frente a minha casa. 40 de febre, nem pensar em leva-lo para a aldeia, morreria, palavras do médico que de imediato “agoirou” que depois de o tratar não o iria conseguir dar. “Nada disso”, “nem pensar”, “ não temos vida”, “ia ficar sozinho”, palavras sabias do marido que ao fim de 15 dias me disse para arranjar outro para os pais porque aquele não sairia mais dali.
Mostrou ser um companheirão, brincava como mais nenhum brincou, tinha-mos uma cumplicidade tal que o próprio vet me disse um dia, que aquele tipo de cumplicidade acontece uma vez com um animal e que dificilmente se repetirá. Até hoje concordo com ele. Tenho lembranças espantosas de um amigo que nos seguia para todo o lado, como adorava andar de carro e era o primeiro a sentar-se à porta quando pressentia que ia-mos sair era muito fácil acompanhar-nos. Nas férias foi connosco durante 15 dias até ao Algarve. Pare ele, mudar de ambiente não era problemático desde que nós ( eu) estivesse-mos lá. Tal como diziam os nossos amigos ele era completamente “Fátimodependente”. -)
Quando mudei de casa precisei de viver com a minha mãe 6 meses e embora a adaptação ao Pequenino fosse muito difícil acabaram por ficar grandes amigos. De tal forma que quando mudei para a minha casa todas a Quintas – Feiras eu o levava de manhã para ele passar lá o dia. Quando saía do emprego jantava na minha mãe e ele ia para casa. Eu costumava brincar ao dizer que o Tareco era um gatinho muito “fino” Uma vez por semana ia passar o dia fora.
A rotina era sempre a mesma. Todas as quintas ele sabia que era dia de sair. Não sei como, mas ele sabia por todo o comportamento que tinha até irmos embora. O mais engraçado é que o da minha mãe também sabia porque invariavelmente todas as quintas quando chegava ele estava no cimo do muro à espera. Era linda de ver aquela amizade e como ambos pareciam esperar por aquele dia para estarem juntos.
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Autor: fabriro (Fátima Rodrigues )
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